Índice
No
âmbito da formação de professores levada à cabo pela Universidade Pedagógica, o
Estagio pedagógico em Historia é uma
Cadeira curricular inserida no curso de Geografia que visa fundamentalmente
envolver os estudantes do 4º ano, numa situação concreta e prática na
leccionação das aulas de modo a conciliar a teoria (vista na sala de aulas) e a
prática (desenvolvida na escola integrada) com os alunos, garantindo o convívio
experimental com situações psico-pedagógicas e didácticas concretas que
contribuem para preparar, de forma gradual, as capacidades e habilidades
específicas no âmbito de “saber ensinar e aprender” e “saber ser e conviver”
profissionalmente tendo em conta as características, deveres do professor e do
aluno no processo de ensino e aprendizagem desde os aspectos positivos,
negativos e sugestões assim como a criatividade do estagiário rumo a preparação
do futuro professor para a sua vida profissional.
No
presente trabalho debruçar-nos-emos sobre o método
de trabalho independente, onde iremos focalizar as situações em que podemos
utilizar este método, potencialidades, perigos, bem como as formas da
utilização do método de trabalho independente. No que tange ao objectivo, visa
fundamentalmente compreender na essência as situações reais em que podemos
utilizar o método de trabalho independente, bem como a sua aplicação no
processo de ensino-aprendizagem. Para a materialização deste trabalho,
recorreu-se a consulta de diversas obras bibliográficas que abordam sobre os
métodos de ensino.
Conceitualizações
Segundo DUARTE & LINGUA (1996:28), “Um método é um meio ou caminho pelo qual se
usa para alcançar um fim ou ainda processo racional para chegar a um fim,
sistema educativo ou conjunto de processos didácticos, ou seja constitui a via
através da qual se concretizam os objectivos de uma aula”.
Segundo LIBANEO (1994:150) “método
é o caminho para atingir o objectivo. Na vida quotidiana estamos sempre
perseguindo objectivos. Mas estes não se realizam por si mesmo, sendo
necessária a nossa actuação, ou seja, a organização de uma sequência de acções
para atingi-los. Os métodos são, assim, meios adequados para realizar os
objectivos
Os métodos de ensino têm um carácter transformador,
independentemente de serem gerais ou específicos, pois são uma base para o
desenvolvimento de capacidades, habilidades e atitudes, por parte do aluno no
processo de ensino-aprendizagem.
O método de trabalho independente
caracteriza-se por uma maior actividade visível dos alunos,
individualmente ou em grupo. É por isso que a auto actividade e a
independência experimentam aqui sua máxima expressão, uma vez que o
método de trabalho independente consiste de tarefas dirigidas e
orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo
relativamente independente e criador, NIVAGARA (S/d:193).
Porem, o grupo percebe
que o método independente, é toda actividade didáctica que o professor dirige e
orienta os seus alunos para avaliar o nível de percepção de um certo tema, seja
individual ou mesmo em grupo.
Segundo Jessipow cita
duas características do trabalho independente dos alunos:
Ø É
uma tarefa posta pelo professor dentro dum tempo razoável para que os alunos
possam soluciona–la ;
Ø É
uma necessidade resultante da tarefa que têm o (s) aluno (s) de buscar e tomar
as melhores vias para sua solução, pondo em tensão suas forças.
Ø Quando
os alunos têm bases de conhecimentos, habilidades e comportamentos;
Ø Quando
há diferenças de aproveitamento (o professor pode dar mais apoio aos mais
fracos e/ou os elementos mais fracos do grupo são apoiados pelos outros);
Ø Há
tempo disponível;
Ø Quando
os alunos podem coordenar correctamente a tarefa e o (s) método (s) de solução,
aplicar os conhecimentos e capacidades que possuem e resolver a tarefa que lhes
foi posta.
Ø Eleva
os rendimentos de aprendizagem nos alunos, levando a um maior desenvolvimento
das habilidades de aprendizagem e a uma aprendizagem mais eficaz;
Ø Aumenta
a efectividade do processo de assimilação, uma vez que o trabalho independente
conduz, por regra geral, a uma assimilação mais consciente, profunda e
duradoira;
Ø A
atitude instável de alguns alunos diante da aprendizagem se estabiliza quando
tem que resolver verdadeiras tarefas;
Ø Desenvolvimento
da independência na aprendizagem, isto é, da auto aprendizagem;
Ø Possibilita
trabalho diferenciado dos alunos, com ou sem apoio do professor. Razão pela
qual o trabalho independente pode possibilitar aproximar os rendimentos dos
“alunos fracos” aos dos “alunos fortes”;
Ø Quando
em grupo, permite o desenvolvimento de atitudes e comportamentos de trabalho em
equipa com os colegas;
Ø Permite
sistematizar e consolidar conhecimentos, habilidades e hábitos.
Ø Falta
de controlo do tempo, por exemplo para avaliação/discussão com todos;
Ø Tarefas
demasiado difíceis ou fáceis;
Ø Orientação
insuficiente para a execução das tarefas ou exercícios;
Ø Falta
de materiais/meios para o cumprimento da tarefa.
Ø Planificar
o trabalho independente;
Ø Avaliar
o tempo;
Ø Dar
orientações claras;
Ø Proporcionar
materiais/meios necessários;
Ø Verificar
qual parte do tema ou da unidade da matéria é mais apropriada para o trabalho
independente dos alunos;
Ø Ter
em conta sobre “como tem lugar a colocação e distribuição das tarefas pelos
alunos” (ex: fases de aulas, distribuição das tarefas pelos diferentes alunos,
formação de grupos de trabalho independente, etc.)
Ø Acompanhar
de perto o trabalho, tanto o individual, como o em grupo;
Ø Aproveitar
o resultado das tarefas (de um aluno ou grupo) para toda a turma;
Ø Dar tarefas claras, compreensíveis e
adequadas, à altura dos conhecimentos e capacidades de raciocínio dos alunos.
Forma
i):
Estudo
dirigido individual ou em grupo. Ele se cumpre basicamente
por meio de duas funções: a realização de exercícios e tarefas de reprodução de
conhecimentos e habilidades que se seguem à explicação do professor; e a
elaboração de novos conhecimentos a partir de questões sobre problemas
diferentes daqueles resolvidos na turma.
Forma
ii):
Fichas
didácticas, a pesquisa escolar (resposta à questões com
consulta a livros ou enciclopédias) e a instrução programada. As fichas
didácticas englobam fichas de noções, de exercícios e de correcção. Cada tema
estudado recebe uma numeração de acordo com a sequência do programa. Os alunos
vão estudando os conteúdos, resolvendo os exercícios e comparando as suas
respostas com as quais estão contidas nas fichas de correcção.
O
trabalho independente Consiste em tarefas dirigidas e orientadas pelo
professor para os alunos resolverem de maneira independente e criativa. Este
método tem, na atitude mental do aluno, seu ponto forte.
Segundo LIBÂNEO (1992:89),“Tem também a possibilidade de apresentar fases como a tarefa preparatória,
tarefa de assimilação de conteúdos, tarefa de elaborarão pessoal. Uma das
formas mais conhecidas de trabalho independente é o estudo dirigido individual
ou em duplas”.
Este
método pressupõe determinados conhecimentos, compressão das tarefas e dos seus
objectivos, o domínio do método da solução das tarefas de modo que os alunos
possam aplicar os conhecimentos e habilidades sem orientação directa do
professor.
O
aspecto mais importante do trabalho independente é a actividade mental dos
alunos, qualquer que seja a modalidade de tarefa planejada pelo professor para
o estudo individual. Em muitas escolas onde numa mesma classe, estão alunos de várias
séries, os professores estão obrigados a dar tarefas de estudo independente
para uma turma enquanto dão aula expositiva para a outra. O que acontece, é que
esse trabalho individual e silencioso tem sido usado mais para os alunos
ocupados do que para garantir a melhor assimilação da matéria, Para que o
trabalho independente seja, de facto, um método pedagógico, é preciso que seja
planificado em correspondência com os objectivos, conteúdos e outros
procedimentos metodológicos.
O
trabalho independente pode ser adoptado em qualquer momento da sequência da
unidade ou aula como:
Ø Tarefa
preparatória;
Ø Tarefa
de assimilação de conteúdos;
Ø Tarefa
de elaboração pessoal.
Os
alunos escrevem o que pensam do assunto que será tratado, colhem e observam,
respondem um breve questionário ou teste, fazem uma redacção sobre um tema.
Essa tarefa serve para verificar condições prévias dos alunos, levantando
problemas que depois serão aprofundadas, despertar o interesse pelo assunto e
provocar uma atitude interrogativa pelo aluno.
1.7. Tarefa de
assimilação de conteúdos
Estas
tarefas, são exercícios de aprofundamento e aplicação dos temas já tratados,
estudos dirigidos, solução de problemas, pesquisa com base num problema novo,
leitura do texto do livro, desenho de mapas depois de uma aula, tarefas desse
tipo podem ser intercalados no decorrer da aula expositiva ou da aula de
conversação, em que o professor interrompe a aula e intercala alguns minutos de
trabalho individual dupla do aluno.
Segundo
DUART & LINGUA (1993:23) “Os
resultados desta tarefa podem não ser perfeitos ou correctos, mas mesmo os
erros cometidos e as soluções encontradas servem para preparar os alunos para
revisar conhecimentos e assimilar as soluções correctas”.
Estas
tarefas, são exercício nos quais os alunos produzem respostas sugeridas dos
seus próprios pensamentos, o modo prática de fazer esse tipo de tarefa, é fazer
uma pergunta ao aluno que leve a pensar: o que aconteceria se…, o aluno também
pode relatar o que viu ou observou (uma planta, um animal, uma experiencia de
uma visita, um estudo do meio) ou contar o que aprendeu.
Para
que o trabalho independente cumpra a sua função didáctica é necessário que o
professor observe as seguintes condições:
Ø Dar
tarefas claras, compressíveis e adequadas a altura dos conhecimentos e da
capacidade do raciocínio do aluno;
Ø Assegurar
as condições de trabalho (local, silêncio, material disponível);
Ø Acompanhar
por perto as vezes individualmente o trabalho;
Ø Aproveitar
resultado das tarefas para toda a classe.
Os
alunos por sua vez devem:
Ø Saber
precisamente, o que fazer, e como trabalhar;
Ø Dominar
as técnicas do trabalho: como fazer leitura de um texto, como utilizar
dicionário geográfico ou enciclopédia, como utilizar o atlas, como fazer
observações e experimento de um fenómeno, como fazer um esquema ou um resumo;
Ø Desenvolver
atitudes de ajuda mútua não apenas para assegurar o clima do trabalho, mas
também para pedir ou receber auxílio de colegas.
Uma
das formas didácticas mais comuns para por em prática o trabalho independente,
é auxiliar no desenvolvimento mental dos alunos, podendo sim cumprir por meio
de duas funções que são:
Ø A
realização de exercícios, tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades
que segurem a explicação do professor;
Ø Elaboração
de novos conhecimentos, a partir de questões sobre problemas diferentes
daqueles resolvidos em classe.
O
estudo dirigido procura:
Ø Desenvolver
habilidade, hábitos de trabalho independente e críticas;
Ø Sistematizar
e consolidar conhecimentos;
Ø Possibilitar
a cada aluno, individualmente, resolver problemas, vencer dificuldades e
desenvolver métodos próprios de aprendizagem;
Ø Possibilitar
ao professor a observação de cada aluno em suas dificuldades e progressos, bem
como a verificação da eficácia do seu próprio trabalho na condução do ensino.
A
primeira função do estudo dirigido é a realização de exercícios e tarefas de
reprodução de conhecimentos e habilidades. A combinação da explicação do
professor com exercícios é um recurso necessário para uma consolidação dos conhecimentos.
A segunda função do estudo dirigido é a proposição de questões que os alunos
possam resolver criativamente de modo que assimilem o processo de busca de
soluções de problemas. Esse tipo de estudo dirigido, consiste de uma tarefa
cuja solução e resolução são desconhecidos pelo aluno, mas, dispondo de
conhecimentos e habilidades já assimilados, ele pode buscar a sua solução. As
questões ou problemas devem, pois, ser compatíveis com as capacidades e
possibilidades dos alunos.
O procedimento de investigação e solução de
problemas contem os seguintes elementos:
Ø Colocação
de problemas;
Ø Colecta
dos dados e informações para torna-lo bem caracterizado;
Ø Identificação
de possíveis soluções;
Ø Escolha
de soluções viáveis em face das condições existentes conhecimentos e tarefas e
tecnologia disponíveis, possibilidades concretas de actuação sobre o problema.
O trabalho independente é uma forma
de interacção activa entre o professor e os alunos visando a obtenção de novos
conhecimentos, habilidades, convicções e atitudes bem como a ficção e
consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos.
O trabalho independente subdivide-se
em três tipos de diálogo:
Ø Diálogo para
tratamento da matéria nova;
Ø Dialogo para
revisão e
Ø Diálogo com
carácter de prova ou exame oral.
Diálogo para
tratamento da matéria nova; tem por objectivo reactivar os conhecimentos e
habilidades necessários para facilitar assimilação da matéria nova de
Geografia;
Diálogo de
revisão; tem em vista levar os alunos a tirar conclusões e a fazer generalizações;
Diálogo com
carácter de prova ou exame oral; tem um papel importante na
comprovação dos conhecimentos dos alunos.
Este
método, faz parte do conjunto das opções metodológicas das quais pode servir-se
o professora a aplicar-se em vários momentos do desenvolvimento da fase
didáctica, seja na fase inicial de introdução e preparação para o estudo de
conteúdos, seja no decorrer da fase da organização e sistematização, seja na
fase de fixação, consolidação e aplicação.
Conclusão
Das
abordagens feitas de forma profunda e analítica em volta do tema “método de trabalho Independente” chegou-se a conclusão de que o trabalho
independente é a actividade mental dos alunos, qualquer que seja a modalidade
de tarefa planejada pelo professor para o estudo individual ou colectivo. O trabalho
independente é silencioso usa-se mais para os alunos ocupados de modo a
garantir a melhor assimilação da matéria, para que o trabalho independente seja
um método pedagógico deve ser planificado de acordo os objectivos, conteúdos e
outros procedimentos metodológicos.
Este
trabalho independente é um exercício nos quais os alunos produzem respostas
sugeridas dos seus próprios pensamentos, prática de fazer esse tipo de tarefa,
é fazer uma pergunta ao aluno que leve a pensar: o que aconteceria se o aluno
também pode relatar o que viu ou observou (uma planta, um animal, uma
experiencia de uma visita, um estudo do meio) ou contar o que aprendeu.
O trabalho independente pode ser
adoptado em qualquer momento da sequência da unidade ou aula. O trabalho
independente é uma forma de interacção activa entre o professor e os alunos
visando a obtenção de novos conhecimentos, habilidades, convicções e atitudes
bem como a ficção e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos.
Bibliografia
DUARTE; Stela & LINGUA Januário, Fundamentos de Metodologia de Ensino de
Geografia, Maputo 2006.
LIBÂNEO, J.
C., Didáctica Geral, S. Paulo, Editora Cortez, 1994.
NIVAGARA, Daniel, Didáctica Geral Aprender a Ensinar, S/d.