segunda-feira, 7 de maio de 2018

relatório de Excursão Geográfica realizada no lago Niassa

O presente relatório de Excursão Geográfica realizada no lago Niassa surge no âmbito da cadeira de Educação Ambiental, cadeira lecionada no 4oano do Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia com habilitação em Ensino de Historia, pertencente a Faculdade de Ciências de Terra e Ambiente, da Universidade Pedagógica de Moçambique, Delegação de Niassa.
Para tal tem como objetivo geral: Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável; e Objectivos específicos: ter uma população com domínio de conteúdos de preservação do meio ambiente, explorar os diversos problemas ambientais, aproximar mais a universidade com a comunidade, ter uma costa limpa, menos agredida e atraente.
O trabalho apresenta uma estrutura de acordo com as normas vigentes nesta instituição de ensino, em que para além da introdução, apresenta o desenvolvimento, onde são arrolados diversos aspetos sobre o tema, a conclusão, onde far-se-á a síntese do trabalho e por fim as referências bibliográficas onde são apresentadas as obras que foram consultadas com vista a realização deste trabalho
Dentre várias metodologias, para a realização deste trabalho foram essenciaisobservação direta, a revisão bibliográfica compilação de dados e análise critica, com as técnicas de entrevista.










A excursão geográfica é um método de estudo muito importante no ensino da geografia, porque põe em contacto direto dos alunos com a paisagem (natural e humanizada) tornando os conhecimentos de factos geográficos mais sólidos e formando alunos capazes de facilmente integrar-se na sociedade.
Desde sempre que o trabalho de campo tem constituído para o ensino da geografia uma metodologia de trabalho indispensável. “É através da observação direta que o geógrafo recolhe grande parte da informação que mais tarde, em gabinete ou laboratório, compara, correlaciona e generaliza”, ALEXANDRE & DIOGO, (1997:96).
Para tal foi necessário seguir as fases normais para a realização desta excursão, em que:
1-      Identificar e selecionar o tipo de lições que os alunos podem retirar da observação direta da paisagem.
2-       Avaliar se a informação que se pretende que os alunos interiorizem através do trabalho de campo não será melhor difundida por outros meios.
3-      Proceder ao exame e utilização prévia das metodologias conducentes a aprendizagem através da paisagem, quer pelos professores em trabalho com os alunos quer pelos próprios professores trabalhando como aluno.
4-      Atender as inter-relações entre o trabalho de campo e a prática geográfica na escola, não restrita ao funcionamento do grupo disciplinar.
5-      Proceder, sempre, a observações de campo globalizantes, as únicas que permitem contextualizar os diferentes elementos da paisagem.
6-      Assumir que o trabalho de campo reforça, dadas as suas características intrínsecas, as abordagens interdisciplinares.
Isto foi feito muitos dias antes da realização da viagem de estudo, para que todos se familiarizassem com o tema que iriamos desenvolver no local de estudo.

A preparação da excursão implicou uma discussão prévia no início do semestre com o docente da cadeira de Educação Ambiental, junto com os estudantes do 4oano, curos deLicenciatura em Ensino de Geografia, com vista a selecionar os temas programáticos que se pensem convenientes a tratar, bem como a respetiva calendarização.
“Esta fase de trabalho, constitui momento de definir os programas das visitas, a fim de facilitar a sua posterior a provação em conselho pedagógico e permitir a informação aos diretores de turma e encarregados de educação”. ALEXANDRE & DIOGO (1997:104).
Ainda nesta fase de preparação da excursão o professor deve “consultar tudo o que existe sobre o assunto da excursão; se se trata de visita a uma empresa deve faze-lo previamente, se a excursão é ao campo, deve explorar antecipadamente o terreno.”DUARTE& LINGUA, (1996:27).
É com base nas consultas, visitas prévias e outras informações obtidas, o professor deve elaborar o plano de realização da excursão; Itinerários, conteúdo do trabalho do professor e dos alunos, e outros dados importantes.
Desta planificação constaram:
Ø  O tema da visita: Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentavel.
Ø  Os Objectivos visados: Sensibilizar a população em matéria de gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, identificar os principais problemas ambientais, apoiar a população com bens adquiridos pelos estudantes, explicar o perigo da pratica da pesca com recurso a redes finas, sensibilizar a população a recorrer à praticas ambientalmente saudáveis na costa.
Ø  Datas 13 a 14 de Novembro de 2015, horas departida  06horas e de chegada previstas 07h30minutos.
Ø  O itinerário (esboço geral);
Ø  Meio de transporte a utilizar foi automóvel tipo coaster da Universidade Pedagógica.
Ø  A turma  envolvida: Única 4o ano Curso de Geografia.
Ø  Outras informações (materiais necessários: Tendas, panelas, pratos, colheres, garfos, copos, cobertores, e outros. alimentação: arroz, frango, farinha de milho, repolho, carapau, alho, cebola, tomate, caldo de galinha entre outros).
Ø  Para distribuir na comunidade a turma preparou sal e sabão.

Ø  É caracterizado por existência de uma praia (conjunto de sedimentos);
Ø  A água é doce;
Ø  Na terra firme há existência de algumas rochas tipo magmática, para além de sedimentares;
Ø  Há predominância de algumas vertentes;
Ø  O lago Niassa localiza-se na parte ocidental da província do mesmo nome, numa depressão tectónica, encaixado entre rochas cristalinas e constitui um verdadeiro mar interior. Dos 28.678km2, partilhados por Moçambique, somente 7.000km2 Lago Niassa pertence a Moçambique;
Ø  O Lago Niassa é o maior Lago de origem natural e ocupa a 10ª posição entre os maiores lagos do Mundo e a 3aposição a nível da Africa.

Logo da nossa chegada ao Lago Niassa o docente dr. Francisco Banda Eduardo Agostinho Cauta, deu orientações a turma no geral e indicou onde cada grupo poderia se dirigir para fazer palestras, entrevistas, distribuir sal e sabão.
Cada grupo tinha a responsabilidade de desenvolver os seus trabalho a partir de um tema pré-selecionado e desenvolvido a respetiva planificação para o bairro. O 3ogrupo que é meu, tinha planificado sobre o saneamento do meio.

Acerca deste tema o grupo fez palestras e entrevistou sete famílias, e ao longo da praia de chuanga em que tivemos vários entendimentos acerca da questão de saneamento do meio onde para melhor compreensão e segundo o nível académico do grupo alvo foi preciso usar linguagens que fossem acessíveis a perceção da própria comunidade.
Antes de trazer o entendimento da comunidade de Micongo acerca da questão do saneamento do meio, dizer que há um grande problema quando se trata deste assunto, não porque a comunidade não saiba a necessidade de ter um meio limpo para a conservação da saúde comunitária, talvez seja por negligência.
O maior problema da existência de lixo em torno do caminho, assim como nos quintais verifica-se a questão de casca e caroços de manga, como o principal problema que pude verificar ao longo da minha caminhada naquele ponto, como ilustram as imagens a seguir.
Fig. 2:lixo acumulado num lugar.
Para alem desta situação de ter lixo de uma forma desorganizada que também é do conhecimento que são um risco para a saúde da própria comunidade, também encontramos uma praticas que favorecem o meio ambiente assim como os residentes a redor, que é a deposição do lixo em locais seguros, que são os tambores em que logo que enche o lixo é levado para se depositar em locais de menos risco.
Fig. 3. Tambor de deposição de lixo.



Das sete famílias entrevistadas onde quase todas têm a base da economia e sustento a agricultura tradicional e a criação de pequenas aves como: galinha, galinha-do-mato, patos e outras espécies.
A população tem noções sobre a necessidade de manter um ambiente saudável e sustentável, e a necessidade de manter as aguas do lago limpas evitando a deposição dos resíduos sólidos a beira do lago, mas alguns residentes chegaram a reclamar a questão de existência de garrafas quebradas ao longo da praia sendo muito perigosas visto que muitas vezes se tem caminhado descalço o que pode causar ferimentos. A comunidade reclama pelo facto de que os turistas quando consomem bebidas alcoólicas deixam as garrafas na praia e por muitas vezes quebradas.
        Fig.5 – Resíduos sólidos na praia.
Os entrevistados também falaram das doenças que podem ser provocadas por ambientes sujos, onde exemplaram da ocorrência da Cólera num passado recente na sede municipal de Metangula, onde também destacaram que o ambiente sujo pode provocar malaria, mau cheiro entre outras doenças.
Falando da questão de um ambiente cheio de sujidade conseguimos observar um ambiente que não seja saudável para os residentes a redor, como ilustra a imagem a seguir.


De acordo como os entrevistados percebeu-se que a comunidade local consome águas do lago Niassa, para beber, cozinhar, banho, lavar roupa e entre outras actividades. Regista-se a falta de água potável e nem aguas canalizadas para o consumo, assim como o não conhecimento das técnicas de tratamento de água.
Quando perguntamos dos riscos que corriam em consumir aquela agua, principalmente para lavar e cozinhar, alguns dos moradores souberam dizem, mas o grupo não se limitou simplesmente na coleta da informação dos entrevistados mas também tentou clarificar e explicar a necessidade de ferver a agua antes de consumir para evitar as doenças diarreicas como a cólera, assim também lavar a mãos e frutas (realização de higiene pessoal).

Ø  Poluição do lago partir do uso de compostos químicos ao longo do lago é o caso de sabões e assim como a deposição dos rezidossólidos.
Ø   Poluição do solo provocada por contaminação (agrotóxicos, fertilizantes e produtos químicos) e descarte incorreto de lixo;
Ø  Falta de água para o consumo humano, causado pelo uso irracional (desperdício), contaminação e poluição dos recursos hídricos;
Ø  Aquecimento Global, causado pela grande quantidade de emissão de gases do efeito estufa, este é um problema que afeta todo o planeta Terra.

2.9 Principais dificuldades ao longo da pesquisa

Ao longo da pesquisa houveram algumas dificuldades, visto que é uma comunidade rural e pouco escolarizada, tao pouco sabem se comunicar com a língua nacional e o grupo não dispunha de um elemento que sabe comunicar-se em nhanja, tivemos a dificuldade de comunicação com certas pessoas. Mas também por parte do grupo não tivemos faculdade de usar termos pouco cientificas como “saneamento do meio que seria limpeza”.








Infelizmente nosso planeta é afetado por vários problemas ambientais, muitos deles provocados por diversas ações humanas. Estes problemas afetam a fauna, flora, solo, águas, ar e etc.
A excursão geográfica foi de muita importância para os estudante envolvidos porque ajudou a conhecer mais acerca dos aspetos ambientais principalmente no ambiente rural.
A população tem noções sobre a necessidade de manter um ambiente saudável e sustentável, e a necessidade de manter as aguas do lago limpas evitando a deposição dos resíduos sólidos a beira do lago, mas alguns residentes chegaram a reclamar a questão de existência de garrafas quebradas ao longo da praia sendo muito perigosas visto que muitas vezes se tem caminhado descalço o que pode causar ferimentos. A comunidade reclama pelo facto de que os turistas quando consomem bebidas alcoólicas deixam as garrafas na praia e por muitas vezes quebradas.