segunda-feira, 28 de setembro de 2015

NOVA HISTORIA DA PAIXÃO

Você chegou na minha vida
Sem bater a porta
Despertando o amor de quem não amou
A vida te trouxe, como alguém especial
Te prometo isso é real!

Eu não vou esperar mais
A minha paixão é demais

O vento veio me procurar
Para me levar para alguém e amar
Vamos escrever uma história, a começar
No nosso sonho e no teu olhar
O teu nome meu amor quero chamar
O nosso jeito de amar
Te fazer feliz, ser o desejo ate te o dia acabar

Não quero te deixar tão solta
Quero sempre colar em ti
Por favor cola em mim
Quando agente gosta cuida
Quero sempre colar em ti
Por favor meu amor cola em mim

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

COM VOCÊ

Com você! Sentado no sofá
Na sala da minha casa, casa
Escutando aquela Musica
Junto com a tua amiga
Para te fazer lembrar!
Ou para nos fazer amar

Com você! Cruzando os olhares
O sorriso, os nossos rostos alegres
Mas vejo o brilho dos teus olhos
Emoção no teu rosto!

Com você! Sentado no sofá
Na sala da tua casa, casa
A nossa frente somente o televisor
Com a novela “Mar de amor”
Para nos fazer entender o que é amor

Com você! Caminhando na estrada
Juntos voltando da igreja
Aquela amiga tem inveja!
Pouca conversa logo cegas na tua casa
Sozinho vou caminhando para casa.
Resultado de imagem para amor a dois


quinta-feira, 17 de setembro de 2015

OUTRA REALIDADE

Não confunda nem!
Auto-estima com vaidade
Vivo em busca da felicidade
Conforme na minha realidade
Igual a muitos; um dia acreditei na igualdade
Mas a cada dia vejo a desigualdade

Na minha cidade!
O amor não é fidelidade
As pessoas a todas as idades
Tem a vida com outra realidade
Sem lutas pelos valores morais nem dignidade
Acredito! Aquilo não é auto-estima e nem vaidade
Destruição total, não espera a eternidade
Vivacidade, morra a moralidade

Ai vem. As igrejas sim!
Dizem Cristo é realidade
Mas muitos crentes vivem verdadeira  falsidade
Apertam as mãos, gesto de amor e felicidade
                                                  Fraternidade
Enquanto o coração expressa outra realidade

Novos pastores!
Oh! Pastor! Com o discurso da verdade
Cadê as ovelhas? Pasta dinheiro ou discurso da falsidade!
Ganância sim! Traz discurso de igualdade, amor e fraternidade.

Acumulando dinheiro da nossa passividade

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O QUE É GEOPOLÍTICA? E GEOGRAFIA POLÍTICA?

DELEGAÇÃO DE NIASSA
DEPARTAMENTO de Ciências DA TERRA
CURSO DE LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA – HABILITAÇÕES EM ENSINO DE HISTÓRIA

É frequente a confusão entre geografia política e geopolítica, que na verdade são imbricadas, se sobrepõem em grande parte, mas não se identificam totalmente. Existe uma história de cada um desses saberes que mostra suas origens, suas especificidades, embora em alguns momentos eles tenham-se mesclado, se identificado.
A expressão geografia política existe há séculos. Há inúmeros livros dos séculos XVII, XVIII e XIX com esse título. Mas considera-se que geografia política moderna, pelo menos tal como a entendemos hoje -- isto é, como um estudo geográfico da política, ou como o estudo das relações entre espaço e poder -- nasceu com a obra PolitischeGeographie [Geografia Política], de Friedrich RATZEL, publicada em 1897. Ratzel, na verdade, não criou o rótulo "geografia política"; ela apenas redefiniu o seu conteúdo, apontando para o que seria um verdadeiro estudo geográfico da política, uma concepção de política que muito deve à leitura de Maquiavel. Antes dele era comum encontrar em obras com esse título a descrição dos rios ou montanhas de tal ou qual Estado - ou seja, qualquer fenômeno ligado ao Estado (o ser político por excelência) era tido como assunto de geografia política. Ratzel mostrou que o estudo da geografia política só vai se preocupar com o meio ambiente - as características "naturais" do território, por exemplo (localização, formato, proximidade do mar, etc.) - desde que isso tenha relações com a vida política. Ele procurou estabelecer uma série de temas pertinentes à geografia política, que continuam a ser atuais (embora outros tenham surgido posteriormente): o que é o Estado e quais as suas relações com o território, soberania e território, o que é política territorial (uma expressão criada por ele), a questão das fronteiras, o que significa uma grande potência mundial, etc.
Em síntese, esse geógrafo alemão não foi o primeiro autor a empregar esse rótulo, geografia política, nem mesmo o primeiro a escrever sobre o assunto - a questão do espaço geográfico na política. Essa análise a respeito da dimensão geográfica ou espacial da política é bastante antiga. Podemos encontrá-la em Aristóteles, em Maquiavel, em Montesquieu e em inúmeros outros filósofos da antiguidade, da Idade Média ou da época moderna. Mas normalmente essa preocupação com a dimensão espacial da política -- tal como, por exemplo, a respeito do tamanho e da localização do território de uma cidade-Estado, em Aristóteles; ou sobre a localização e a defesa da fortaleza do príncipe, em Maquiavel; ou a ênfase na importância da geografia (física e principalmente humana) para a compreensão do "espírito das Leis" de cada Estado, em Montesquieu -- era algo que surgia enpassant, como um aspecto meio secundário da realidade, pois o essencial era entender a natureza do Estado ou das Leis, os tipos de governo ou as maneiras de alcançar e exercer eficazmente o poder. Com Ratzel inicia-se um estudo sistemático da dimensão geográfica da política, no qual a espacialidade ou a territorialidade do Estado era o principal objeto de preocupações. E com Ratzel a própria expressão "geografia política", que era comumente empregada nos estudos enciclopédicos dos séculos XVII, XVIII e mesmo XIX (as informações sobre tal ou qual Estado: sua população, contornos territoriais, rios, montanhas, climas, cidades principais, etc.), ganha um novo significado. Ela passa a ser entendida como o estudo geográfico ou espacial da política e não mais como um estudo genérico (em "todas" as suas características) dos Estados ou países.
A palavra geopolítica, por sua vez, foi criada no início do século XX, mais precisamente em 1905, num artigo denominado "As grandes potências", escrito pelo jurista sueco Rudolf KJELLÉN. (Mas atenção: a palavra geopolítica é que foi criada por Kjellén, pois não há dúvida que essa temática é bem mais antiga, ou seja, as grandes preocupações geopolíticas não surgiram no início do século XX (preocupações sobre o que é e quem é uma potência mundial, como se dá a disputa mundial pelo poder entre os Estados, que estratégias seriam adequadas para tal ou qual Estado tornar-se a potência regional nesta ou naquela parte do globo, etc.). Isto é, já existia anteriormente juízos ou análises a respeito do poderio de cada Estado, das grandes potências mundiais ou regionais, com a importância ou o uso do espaço geográfico na guerra ou no exercício do poder estatal.
Normalmente se afirma -- em quase todas as obras sobre "história da geopolítica" -- que os geopolíticos clássicos, ou os "grandes nomes da geopolítica", foram H.J. MacKinder, A.T. Mahan, R. Kjellén e K. Haushofer. Desses quatro nomes, dois deles (o geógrafo inglês Mackinder e o almirante norte-americano Mahan) tiveram as suas principais obras publicadas antes da criação dessa palavra geopolítica por Kjellén e, dessa forma, nunca fizeram uso dela. O outro autor, o general alemão Karl Haushofer, foi na realidade quem popularizou a geopolítica, devido às circunstâncias (ligações, embora problemáticas, com o nazismo e possível contribuição indireta para a obra MeinKampf, de Hitler), tornando-a tristemente famosa nos anos 1930 e 40, em especial através da sua Revista de Geopolítica [ZeitschriftfürGeopolitik], editada em Munique de 1924 a 44 e com uma tiragem mensal que começou com 3 mil e chegou a atingir a marca dos 30 mil exemplares, algo bastante expressivo para a época.
A geopolítica, enfim, conheceu um período de grande expansão no pré-guerra, na primeira metade do século XX, tendo-se eclipsado ou melhor, ficado no ostracismo depois de 1945. Ela sempre se preocupou com a chamada escala macro ou continental/planetária: a questão da disputa do poder mundial, que Estado (e por quê) é uma grande potência, qual a melhor estratégia espacial para se atingir esse status, etc. Existiram "escolas (nacionais) de geopolítica", em especial dos anos 1920 até os anos 1970, em algumas partes do mundo, inclusive no Brasil. Não escola no sentido físico (prédio e salas de aula), mas sim no sentido de corrente de pensamento, de autores -- mesmo que um tenha vivido distante do outro, no espaço ou às vezes até no tempo -- com uma certa identificação: no caso da geopolítica brasileira, ela consistiu principalmente no desenvolvimento de um projeto ("Brasil, grande potência") que se expressa como uma estratégia (geo)política e militar com uma clara dimensão espacial. A natureza pragmática, utilitarista (e para o Estado, único agente visto como legítimo) ou de "saber aplicável" sempre foi uma tônica marcante na geopolítica. Ela nunca se preocupou em firmar-se como um (mero?) "conhecimento" da realidade e sim como um "instrumento de ação", um guia para a atuação de tal ou qual Estado.
A partir de meados dos anos 1970 a geopolítica sai do ostracismo. Ela volta a ser novamente estudada (a bem a verdade, ela nunca deixou de ser, mas de 1945 até por volta de 1975 esteve confinada em pequenos círculos, em especial militares). Só que agora, ao invés de ser vista como "uma ciência" (como pretendia Kjellén) ou como "uma técnica/arte a serviço do Estado" (como advogavam inúmeros geopolíticos, inclusive Haushofer), ela é cada vez mais entendida como "um campo de estudos", uma área interdisciplinar enfim (tal como, por exemplo, a questão ambiental). Em várias parte do globo criaram-se ou estão sendo criados -- institutos de estudos geopolíticos e/ou estratégicos, que via de regra congregam inúmeros especialistas: cientistas políticos, geógrafos, historiadores, militares ou teóricos estrategistas, sociólogos e, como não podia deixar de ser (na medida em que a "guerra" tecnológica-comercial hoje é mais importante que a militar) até mesmo economistas.
Enfim, a palavra geopolítica não é uma simples contração de geografia política, como pensam alguns, mas sim algo que diz respeito às disputas de poder no espaço mundial e que, como a noção de PODER já o diz (poder implica em dominação, via Estado ou não, em relações de assimetria enfim, que podem ser culturais, sexuais, econômicas, repressivas e/ou militares, etc.), não é exclusivo da geografia. (Embora também seja algo por ela estudado). A geografia política, dessa forma, também se ocupa da geopolítica, embora seja uma ciência (ou melhor, uma modalidade da ciência geográfica) que estuda vários outros temas ou problemas. Exemplificando, podemos lembrar que a geografia também leva em conta a questão ambiental, embora esta não seja uma temática exclusivamente geográfica (outras ciências -- tais como a biologia, a geologia, a antropologia, a história, etc. -- também abordam essa questão). Mas a geografia -- da mesma forma que as outras ciências mencionadas -- não se identifica exclusivamente com essa questão, pois ela também procura explicar outras temáticas que não são rigorosamente ambientais tais como, por exemplo, a história do pensamento geográfico, a geografia eleitoral, os métodos cartográficos, etc.


Esquematizando, podemos dizer que existiram ou existem várias interpretações diferentes sobre o que é geopolítica e as suas relações com a geografia política. Vamos resumir essas interpretações, que variaram muito no espaço e no tempo, em quatro visões:
1. "A geopolítica seria dinâmica (como um filme) e a geografia política estática (como uma fotografia)". Esta foi a interpretação de inúmeros geopolíticos anteriores à Segunda Guerra Mundial, dentre os quais, podemos mencionar Kjellén, Haushofer e vários outros colaboradores da Revista de Geopolítica, além do general Golbery do Couto e Silva e inúmeros outros militares no Brasil. Segundo eles, a geopolítica seria uma "nova ciência" (ou técnica, ou arte) que se ocuparia da política ao nível geográfico, mas com uma abordagem diferente da geografia: ela seria "mais dinâmica" e voltada principalmente para a ação. Eles viam a geografia como uma disciplina tradicional e descritiva e diziam que nela apenas colhiam algumas informações (sobre relevo, distâncias, latitude e longitude, características territoriais ou marítimas, populações e economias, etc.), mas que fundamentalmente estavam construindo um outro saber, que na realidade seria mais do que uma ciência ou um mero saber, seria um instrumento imprescindível para a estratégia, a atuação político/espacial do Estado. Como se percebe, foi uma visão adequada ao seu momento histórico não podemos esquecer que o mundo na primeira metade do século XX, antes da Grande Guerra, vivia uma ordem multipolar conflituosa, com uma situação de guerra latente entre as grandes potências mundiais -- e à legitimação da prática de quem fazia geopolítica naquele momento. Ela também foi coeva e tributária de todo um clima intelectual europeu especialmente alemão da época, que fustigava o conhecimento científico ( a "ciência real", que era contraposta a uma "ciência ideal" ou "novo saber", que deveria contribuir para um "mundo melhor") pela sua pretensa "desconsideração pela vida concreta, pelas emoções, pelos sentimentos".
2. "A geopolítica seria ideológica (um instrumento do nazi-fascismo ou dos Estados totalitários) e a geografia política seria uma ciência". Esta foi a interpretação de alguns poucos geógrafos nos anos 1930 e 40 (por exemplo: A. Hettner e Leo Waibel) e da quase totalidade deles (e também de inúmeros outros cientistas sociais) no pós-guerra. Um nome bastante representativo desta visão foi Pierre George, talvez o geógrafo francês mais conhecido dos anos 50 aos 70, que afirmava que a geopolítica seria uma "pseudo-ciência", uma caricatura da geografia política. Esta visão foi praticamente uma reação àquela anterior, que predominou anteriormente, no período pré-Segunda Guerra Mundial. Como toda forte reação, ela caminhou para o lado extremo do pêndulo, desclassificando completamente a geopolítica (da qual "nada se aproveita", nos dizeres de inúmeros autores dos anos 50 e 60) e até mesmo se recusando a explicá-la de forma mais rigorosa.
3. "A geopolítica seria a verdadeira (ou fundamental) geografia". Esta foi a interpretação que Yves Lacoste inaugurou com o seu famoso livro-panfleto A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra, de 1976, e que serviu como ideário para a revista Hérodote - revue de géographieet de géopolitique. Nessa visão, a geografia de verdade (a "essencial" ou fundamental) não teria surgido no século XIX com Humboldt e Ritter, mas sim na antiguidade, junto com o advento dos primeiro mapas. O que teria surgido no século XIX seria apenas a "geografia dos professores", a geografia acadêmica e que basicamente estaria preocupada em esconder ou encobrir, como uma "cortina de fumaça", a importância estratégica da verdadeira geografia, da geopolítica enfim. A geopolítica -- ou geografia dos Estados maiores, ou geografia fundamental -- existiria desde a antiguidade na estratégia espacial das cidades-Estado, de Alexandre o Grande, por exemplo, de Heródoto com os seus escritos (obra e autor que, nessa leitura enviesada, teria sido um "representante do imperialismo ateniense"). Esta interpretação teve um certo fôlego -- ou melhor, foi reproduzida, normalmente por estudantes e de forma acrítica -- no final dos anos 1970 e nos anos 80, mas acabou ficando confinada a um pequeno grupo de geógrafos franceses que, inclusive, em grande parte se afastaram do restante da comunidade geográfica (ou mesmo científica) daquele país. Existe uma visível falta de evidências nessa tese -- de comprovações, e mesmo de possibilidade de ser testada empiricamente (inclusive via documentos históricos) -- e, na realidade, ela surgiu mais como uma forma de revalorizar a geografia, tão questionada pelos revoltosos do maio de 1968, tentando mostrar a sua importância estratégica e militar.
4. "A geopolítica (hoje) seria uma área ou campo de estudos interdisciplinar". Esta interpretação começa a predominar a partir do final dos anos 1980, sendo quase um consenso nos dias atuais. Não se trata tanto do que foi a geopolítica e sim do que ela representa atualmente. E mesmo se analisarmos quem fez geopolítica, os "grandes nomes" que teriam contribuido para desenvolver esse saber, vamos concluir que eles nunca provieram de uma única área do conhecimento: houve juristas (por exemplo, Kjellén), geógrafos (Mackinder), militares (Mahan, Haushofer) e vários outros oriundos da história, da ciência política, da economia, da engenharia, etc. Não tem nenhum sentido advogar o monopólio desse tipo de estudo seria o mesmo que pretender deter a exclusividade das pesquisas ambientais! Já que com isso estaríamos desconhecendo a realidade, o que já se fez e o que vem sendo feito na prática. Existem trabalhos recentes sobre geopolítica, alguns ótimos, oriundos de geógrafos, de cientistas políticos (Luttuak...), de historiadores (H. Kissinger, P. Kennedy...), de sociólogos (Huntington...)de militares, etc. E ninguém pode imaginar seriamente que num instituto ou centro de estudos estratégicos e/ou geopolíticos -- onde se pesquise os rumos do Brasil (ou de qualquer outro Estado-nação, ou mesmo de um partido político) no século XXI, as possibilidades de confrontos ou de crises político-diplomáticas ou econômicas, as estratégias para se tornar hegemônico no (sub)continente, para ocupar racionalmente a Amazônia, etc. -- devam existir apenas geógrafos, ou apenas militares, ou apenas economistas ou juristas. Mais uma vez podemos fazer aqui uma ligação com o nosso tempo, com o clima intelectual do final do século XX e inícios do XXI. A palavra de ordem hoje é interdisciplinariedade (ou até transdisciplinariedade), pois o real nunca é convenientemente explicado por apenas uma abordagem ou uma ciência específica. O conhecimento da realidade, enfim, e mesmo a atuação nela com vistas a um mundo mais justo, é algo muito mais importante do que as disputas corporativistas.

Compilação:
Dr. Félix Ernesto Alifa

/Assitente Universitário/

Método de trabalho independente

Índice










Introdução

No âmbito da formação de professores levada à cabo pela Universidade Pedagógica, o Estagio pedagógico em Historia é uma Cadeira curricular inserida no curso de Geografia que visa fundamentalmente envolver os estudantes do 4º ano, numa situação concreta e prática na leccionação das aulas de modo a conciliar a teoria (vista na sala de aulas) e a prática (desenvolvida na escola integrada) com os alunos, garantindo o convívio experimental com situações psico-pedagógicas e didácticas concretas que contribuem para preparar, de forma gradual, as capacidades e habilidades específicas no âmbito de “saber ensinar e aprender” e “saber ser e conviver” profissionalmente tendo em conta as características, deveres do professor e do aluno no processo de ensino e aprendizagem desde os aspectos positivos, negativos e sugestões assim como a criatividade do estagiário rumo a preparação do futuro professor para a sua vida profissional.
No presente trabalho debruçar-nos-emos sobre o método de trabalho independente, onde iremos focalizar as situações em que podemos utilizar este método, potencialidades, perigos, bem como as formas da utilização do método de trabalho independente. No que tange ao objectivo, visa fundamentalmente compreender na essência as situações reais em que podemos utilizar o método de trabalho independente, bem como a sua aplicação no processo de ensino-aprendizagem. Para a materialização deste trabalho, recorreu-se a consulta de diversas obras bibliográficas que abordam sobre os métodos de ensino.  









1.   Método de trabalhoindependente

Conceitualizações  
Segundo DUARTE & LINGUA (1996:28), “Um método é um meio ou caminho pelo qual se usa para alcançar um fim ou ainda processo racional para chegar a um fim, sistema educativo ou conjunto de processos didácticos, ou seja constitui a via através da qual se concretizam os objectivos de uma aula”.

Segundo LIBANEO (1994:150) “método é o caminho para atingir o objectivo. Na vida quotidiana estamos sempre perseguindo objectivos. Mas estes não se realizam por si mesmo, sendo necessária a nossa actuação, ou seja, a organização de uma sequência de acções para atingi-los. Os métodos são, assim, meios adequados para realizar os objectivos

Os métodos de ensino têm um carácter transformador, independentemente de serem gerais ou específicos, pois são uma base para o desenvolvimento de capacidades, habilidades e atitudes, por parte do aluno no processo de ensino-aprendizagem.

O método de trabalho independente caracteriza-se por uma maior actividade visível dos alunos, individualmente ou em grupo. É por isso que a auto actividade e a independência experimentam aqui sua máxima expressão, uma vez que o método de trabalho independente consiste de tarefas dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo relativamente independente e criador, NIVAGARA (S/d:193).

Porem, o grupo percebe que o método independente, é toda actividade didáctica que o professor dirige e orienta os seus alunos para avaliar o nível de percepção de um certo tema, seja individual ou mesmo em grupo.
Segundo Jessipow cita duas características do trabalho independente dos alunos:
Ø  É uma tarefa posta pelo professor dentro dum tempo razoável para que os alunos possam soluciona–la ;
Ø  É uma necessidade resultante da tarefa que têm o (s) aluno (s) de buscar e tomar as melhores vias para sua solução, pondo em tensão suas forças.

1.1.O método de trabalho independente pode ser utilizado nas seguintes situações:

Ø  Quando os alunos têm bases de conhecimentos, habilidades e comportamentos;
Ø  Quando há diferenças de aproveitamento (o professor pode dar mais apoio aos mais fracos e/ou os elementos mais fracos do grupo são apoiados pelos outros);
Ø  Há tempo disponível;
Ø  Quando os alunos podem coordenar correctamente a tarefa e o (s) método (s) de solução, aplicar os conhecimentos e capacidades que possuem e resolver a tarefa que lhes foi posta.

1.2.   Potencialidades do trabalho independente

Ø  Eleva os rendimentos de aprendizagem nos alunos, levando a um maior desenvolvimento das habilidades de aprendizagem e a uma aprendizagem mais eficaz;
Ø  Aumenta a efectividade do processo de assimilação, uma vez que o trabalho independente conduz, por regra geral, a uma assimilação mais consciente, profunda e duradoira;
Ø  A atitude instável de alguns alunos diante da aprendizagem se estabiliza quando tem que resolver verdadeiras tarefas;
Ø  Desenvolvimento da independência na aprendizagem, isto é, da auto aprendizagem;
Ø  Possibilita trabalho diferenciado dos alunos, com ou sem apoio do professor. Razão pela qual o trabalho independente pode possibilitar aproximar os rendimentos dos “alunos fracos” aos dos “alunos fortes”;
Ø  Quando em grupo, permite o desenvolvimento de atitudes e comportamentos de trabalho em equipa com os colegas;
Ø  Permite sistematizar e consolidar conhecimentos, habilidades e hábitos.

1.3.   Perigos do trabalho independente

Ø  Falta de controlo do tempo, por exemplo para avaliação/discussão com todos;
Ø  Tarefas demasiado difíceis ou fáceis;
Ø  Orientação insuficiente para a execução das tarefas ou exercícios;
Ø  Falta de materiais/meios para o cumprimento da tarefa.

1.4.   Algumas orientações do trabalho independente

Ø  Planificar o trabalho independente;
Ø  Avaliar o tempo;
Ø  Dar orientações claras;
Ø  Proporcionar materiais/meios necessários;
Ø  Verificar qual parte do tema ou da unidade da matéria é mais apropriada para o trabalho independente dos alunos;
Ø  Ter em conta sobre “como tem lugar a colocação e distribuição das tarefas pelos alunos” (ex: fases de aulas, distribuição das tarefas pelos diferentes alunos, formação de grupos de trabalho independente, etc.)
Ø  Acompanhar de perto o trabalho, tanto o individual, como o em grupo;
Ø  Aproveitar o resultado das tarefas (de um aluno ou grupo) para toda a turma;
Ø   Dar tarefas claras, compreensíveis e adequadas, à altura dos conhecimentos e capacidades de raciocínio dos alunos.

1.5.   Algumas formas de realização do trabalho independente

Forma i):
Estudo dirigido individual ou em grupo. Ele se cumpre basicamente por meio de duas funções: a realização de exercícios e tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades que se seguem à explicação do professor; e a elaboração de novos conhecimentos a partir de questões sobre problemas diferentes daqueles resolvidos na turma.
Forma ii):
Fichas didácticas, a pesquisa escolar (resposta à questões com consulta a livros ou enciclopédias) e a instrução programada. As fichas didácticas englobam fichas de noções, de exercícios e de correcção. Cada tema estudado recebe uma numeração de acordo com a sequência do programa. Os alunos vão estudando os conteúdos, resolvendo os exercícios e comparando as suas respostas com as quais estão contidas nas fichas de correcção.
O trabalho independente Consiste em tarefas dirigidas e orientadas pelo professor para os alunos resolverem de maneira independente e criativa. Este método tem, na atitude mental do aluno, seu ponto forte.
Segundo LIBÂNEO (1992:89),“Tem também a possibilidade de apresentar fases como a tarefa preparatória, tarefa de assimilação de conteúdos, tarefa de elaborarão pessoal. Uma das formas mais conhecidas de trabalho independente é o estudo dirigido individual ou em duplas”.
Este método pressupõe determinados conhecimentos, compressão das tarefas e dos seus objectivos, o domínio do método da solução das tarefas de modo que os alunos possam aplicar os conhecimentos e habilidades sem orientação directa do professor.
O aspecto mais importante do trabalho independente é a actividade mental dos alunos, qualquer que seja a modalidade de tarefa planejada pelo professor para o estudo individual. Em muitas escolas onde numa mesma classe, estão alunos de várias séries, os professores estão obrigados a dar tarefas de estudo independente para uma turma enquanto dão aula expositiva para a outra. O que acontece, é que esse trabalho individual e silencioso tem sido usado mais para os alunos ocupados do que para garantir a melhor assimilação da matéria, Para que o trabalho independente seja, de facto, um método pedagógico, é preciso que seja planificado em correspondência com os objectivos, conteúdos e outros procedimentos metodológicos.
O trabalho independente pode ser adoptado em qualquer momento da sequência da unidade ou aula como:
Ø  Tarefa preparatória;
Ø  Tarefa de assimilação de conteúdos;
Ø  Tarefa de elaboração pessoal.

1.6.Tarefa preparatória


Os alunos escrevem o que pensam do assunto que será tratado, colhem e observam, respondem um breve questionário ou teste, fazem uma redacção sobre um tema. Essa tarefa serve para verificar condições prévias dos alunos, levantando problemas que depois serão aprofundadas, despertar o interesse pelo assunto e provocar uma atitude interrogativa pelo aluno.


1.7.   Tarefa de assimilação de conteúdos
Estas tarefas, são exercícios de aprofundamento e aplicação dos temas já tratados, estudos dirigidos, solução de problemas, pesquisa com base num problema novo, leitura do texto do livro, desenho de mapas depois de uma aula, tarefas desse tipo podem ser intercalados no decorrer da aula expositiva ou da aula de conversação, em que o professor interrompe a aula e intercala alguns minutos de trabalho individual dupla do aluno.
Segundo DUART & LINGUA (1993:23) “Os resultados desta tarefa podem não ser perfeitos ou correctos, mas mesmo os erros cometidos e as soluções encontradas servem para preparar os alunos para revisar conhecimentos e assimilar as soluções correctas.

1.8. Tarefas de elaboração pessoal

Estas tarefas, são exercício nos quais os alunos produzem respostas sugeridas dos seus próprios pensamentos, o modo prática de fazer esse tipo de tarefa, é fazer uma pergunta ao aluno que leve a pensar: o que aconteceria se…, o aluno também pode relatar o que viu ou observou (uma planta, um animal, uma experiencia de uma visita, um estudo do meio) ou contar o que aprendeu.
Para que o trabalho independente cumpra a sua função didáctica é necessário que o professor observe as seguintes condições:
Ø  Dar tarefas claras, compressíveis e adequadas a altura dos conhecimentos e da capacidade do raciocínio do aluno;
Ø  Assegurar as condições de trabalho (local, silêncio, material disponível);
Ø  Acompanhar por perto as vezes individualmente o trabalho;
Ø  Aproveitar resultado das tarefas para toda a classe.

Os alunos por sua vez devem:
Ø  Saber precisamente, o que fazer, e como trabalhar;
Ø  Dominar as técnicas do trabalho: como fazer leitura de um texto, como utilizar dicionário geográfico ou enciclopédia, como utilizar o atlas, como fazer observações e experimento de um fenómeno, como fazer um esquema ou um resumo;
Ø  Desenvolver atitudes de ajuda mútua não apenas para assegurar o clima do trabalho, mas também para pedir ou receber auxílio de colegas.

Uma das formas didácticas mais comuns para por em prática o trabalho independente, é auxiliar no desenvolvimento mental dos alunos, podendo sim cumprir por meio de duas funções que são:
Ø  A realização de exercícios, tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades que segurem a explicação do professor;
Ø  Elaboração de novos conhecimentos, a partir de questões sobre problemas diferentes daqueles resolvidos em classe.

O estudo dirigido procura:
Ø  Desenvolver habilidade, hábitos de trabalho independente e críticas;
Ø  Sistematizar e consolidar conhecimentos;
Ø  Possibilitar a cada aluno, individualmente, resolver problemas, vencer dificuldades e desenvolver métodos próprios de aprendizagem;
Ø  Possibilitar ao professor a observação de cada aluno em suas dificuldades e progressos, bem como a verificação da eficácia do seu próprio trabalho na condução do ensino.

A primeira função do estudo dirigido é a realização de exercícios e tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades. A combinação da explicação do professor com exercícios é um recurso necessário para uma consolidação dos conhecimentos. A segunda função do estudo dirigido é a proposição de questões que os alunos possam resolver criativamente de modo que assimilem o processo de busca de soluções de problemas. Esse tipo de estudo dirigido, consiste de uma tarefa cuja solução e resolução são desconhecidos pelo aluno, mas, dispondo de conhecimentos e habilidades já assimilados, ele pode buscar a sua solução. As questões ou problemas devem, pois, ser compatíveis com as capacidades e possibilidades dos alunos.
 O procedimento de investigação e solução de problemas contem os seguintes elementos:
Ø  Colocação de problemas;
Ø  Colecta dos dados e informações para torna-lo bem caracterizado;
Ø  Identificação de possíveis soluções;
Ø  Escolha de soluções viáveis em face das condições existentes conhecimentos e tarefas e tecnologia disponíveis, possibilidades concretas de actuação sobre o problema.

O trabalho independente é uma forma de interacção activa entre o professor e os alunos visando a obtenção de novos conhecimentos, habilidades, convicções e atitudes bem como a ficção e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos.
O trabalho independente subdivide-se em três tipos de diálogo:
Ø  Diálogo para tratamento da matéria nova;
Ø  Dialogo para revisão e
Ø  Diálogo com carácter de prova ou exame oral.
Diálogo para tratamento da matéria nova; tem por objectivo reactivar os conhecimentos e habilidades necessários para facilitar assimilação da matéria nova de Geografia;
Diálogo de revisão; tem em vista levar os alunos a tirar conclusões e a fazer generalizações;
Diálogo com carácter de prova ou exame oral; tem um papel importante na comprovação dos conhecimentos dos alunos.
Este método, faz parte do conjunto das opções metodológicas das quais pode servir-se o professora a aplicar-se em vários momentos do desenvolvimento da fase didáctica, seja na fase inicial de introdução e preparação para o estudo de conteúdos, seja no decorrer da fase da organização e sistematização, seja na fase de fixação, consolidação e aplicação.


 


Conclusão

Das abordagens feitas de forma profunda e analítica em volta do tema “método de trabalho Independente” chegou-se a conclusão de que o trabalho independente é a actividade mental dos alunos, qualquer que seja a modalidade de tarefa planejada pelo professor para o estudo individual ou colectivo. O trabalho independente é silencioso usa-se mais para os alunos ocupados de modo a garantir a melhor assimilação da matéria, para que o trabalho independente seja um método pedagógico deve ser planificado de acordo os objectivos, conteúdos e outros procedimentos metodológicos.
Este trabalho independente é um exercício nos quais os alunos produzem respostas sugeridas dos seus próprios pensamentos, prática de fazer esse tipo de tarefa, é fazer uma pergunta ao aluno que leve a pensar: o que aconteceria se o aluno também pode relatar o que viu ou observou (uma planta, um animal, uma experiencia de uma visita, um estudo do meio) ou contar o que aprendeu.
O trabalho independente pode ser adoptado em qualquer momento da sequência da unidade ou aula. O trabalho independente é uma forma de interacção activa entre o professor e os alunos visando a obtenção de novos conhecimentos, habilidades, convicções e atitudes bem como a ficção e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos.






 


Bibliografia

DUARTE; Stela & LINGUA Januário, Fundamentos de Metodologia de Ensino de Geografia, Maputo 2006.
LIBÂNEO, J. C., Didáctica Geral, S. Paulo, Editora Cortez, 1994.
NIVAGARA, Daniel, Didáctica Geral Aprender a Ensinar, S/d.