quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Método de trabalho independente

Índice










Introdução

No âmbito da formação de professores levada à cabo pela Universidade Pedagógica, o Estagio pedagógico em Historia é uma Cadeira curricular inserida no curso de Geografia que visa fundamentalmente envolver os estudantes do 4º ano, numa situação concreta e prática na leccionação das aulas de modo a conciliar a teoria (vista na sala de aulas) e a prática (desenvolvida na escola integrada) com os alunos, garantindo o convívio experimental com situações psico-pedagógicas e didácticas concretas que contribuem para preparar, de forma gradual, as capacidades e habilidades específicas no âmbito de “saber ensinar e aprender” e “saber ser e conviver” profissionalmente tendo em conta as características, deveres do professor e do aluno no processo de ensino e aprendizagem desde os aspectos positivos, negativos e sugestões assim como a criatividade do estagiário rumo a preparação do futuro professor para a sua vida profissional.
No presente trabalho debruçar-nos-emos sobre o método de trabalho independente, onde iremos focalizar as situações em que podemos utilizar este método, potencialidades, perigos, bem como as formas da utilização do método de trabalho independente. No que tange ao objectivo, visa fundamentalmente compreender na essência as situações reais em que podemos utilizar o método de trabalho independente, bem como a sua aplicação no processo de ensino-aprendizagem. Para a materialização deste trabalho, recorreu-se a consulta de diversas obras bibliográficas que abordam sobre os métodos de ensino.  









1.   Método de trabalhoindependente

Conceitualizações  
Segundo DUARTE & LINGUA (1996:28), “Um método é um meio ou caminho pelo qual se usa para alcançar um fim ou ainda processo racional para chegar a um fim, sistema educativo ou conjunto de processos didácticos, ou seja constitui a via através da qual se concretizam os objectivos de uma aula”.

Segundo LIBANEO (1994:150) “método é o caminho para atingir o objectivo. Na vida quotidiana estamos sempre perseguindo objectivos. Mas estes não se realizam por si mesmo, sendo necessária a nossa actuação, ou seja, a organização de uma sequência de acções para atingi-los. Os métodos são, assim, meios adequados para realizar os objectivos

Os métodos de ensino têm um carácter transformador, independentemente de serem gerais ou específicos, pois são uma base para o desenvolvimento de capacidades, habilidades e atitudes, por parte do aluno no processo de ensino-aprendizagem.

O método de trabalho independente caracteriza-se por uma maior actividade visível dos alunos, individualmente ou em grupo. É por isso que a auto actividade e a independência experimentam aqui sua máxima expressão, uma vez que o método de trabalho independente consiste de tarefas dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo relativamente independente e criador, NIVAGARA (S/d:193).

Porem, o grupo percebe que o método independente, é toda actividade didáctica que o professor dirige e orienta os seus alunos para avaliar o nível de percepção de um certo tema, seja individual ou mesmo em grupo.
Segundo Jessipow cita duas características do trabalho independente dos alunos:
Ø  É uma tarefa posta pelo professor dentro dum tempo razoável para que os alunos possam soluciona–la ;
Ø  É uma necessidade resultante da tarefa que têm o (s) aluno (s) de buscar e tomar as melhores vias para sua solução, pondo em tensão suas forças.

1.1.O método de trabalho independente pode ser utilizado nas seguintes situações:

Ø  Quando os alunos têm bases de conhecimentos, habilidades e comportamentos;
Ø  Quando há diferenças de aproveitamento (o professor pode dar mais apoio aos mais fracos e/ou os elementos mais fracos do grupo são apoiados pelos outros);
Ø  Há tempo disponível;
Ø  Quando os alunos podem coordenar correctamente a tarefa e o (s) método (s) de solução, aplicar os conhecimentos e capacidades que possuem e resolver a tarefa que lhes foi posta.

1.2.   Potencialidades do trabalho independente

Ø  Eleva os rendimentos de aprendizagem nos alunos, levando a um maior desenvolvimento das habilidades de aprendizagem e a uma aprendizagem mais eficaz;
Ø  Aumenta a efectividade do processo de assimilação, uma vez que o trabalho independente conduz, por regra geral, a uma assimilação mais consciente, profunda e duradoira;
Ø  A atitude instável de alguns alunos diante da aprendizagem se estabiliza quando tem que resolver verdadeiras tarefas;
Ø  Desenvolvimento da independência na aprendizagem, isto é, da auto aprendizagem;
Ø  Possibilita trabalho diferenciado dos alunos, com ou sem apoio do professor. Razão pela qual o trabalho independente pode possibilitar aproximar os rendimentos dos “alunos fracos” aos dos “alunos fortes”;
Ø  Quando em grupo, permite o desenvolvimento de atitudes e comportamentos de trabalho em equipa com os colegas;
Ø  Permite sistematizar e consolidar conhecimentos, habilidades e hábitos.

1.3.   Perigos do trabalho independente

Ø  Falta de controlo do tempo, por exemplo para avaliação/discussão com todos;
Ø  Tarefas demasiado difíceis ou fáceis;
Ø  Orientação insuficiente para a execução das tarefas ou exercícios;
Ø  Falta de materiais/meios para o cumprimento da tarefa.

1.4.   Algumas orientações do trabalho independente

Ø  Planificar o trabalho independente;
Ø  Avaliar o tempo;
Ø  Dar orientações claras;
Ø  Proporcionar materiais/meios necessários;
Ø  Verificar qual parte do tema ou da unidade da matéria é mais apropriada para o trabalho independente dos alunos;
Ø  Ter em conta sobre “como tem lugar a colocação e distribuição das tarefas pelos alunos” (ex: fases de aulas, distribuição das tarefas pelos diferentes alunos, formação de grupos de trabalho independente, etc.)
Ø  Acompanhar de perto o trabalho, tanto o individual, como o em grupo;
Ø  Aproveitar o resultado das tarefas (de um aluno ou grupo) para toda a turma;
Ø   Dar tarefas claras, compreensíveis e adequadas, à altura dos conhecimentos e capacidades de raciocínio dos alunos.

1.5.   Algumas formas de realização do trabalho independente

Forma i):
Estudo dirigido individual ou em grupo. Ele se cumpre basicamente por meio de duas funções: a realização de exercícios e tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades que se seguem à explicação do professor; e a elaboração de novos conhecimentos a partir de questões sobre problemas diferentes daqueles resolvidos na turma.
Forma ii):
Fichas didácticas, a pesquisa escolar (resposta à questões com consulta a livros ou enciclopédias) e a instrução programada. As fichas didácticas englobam fichas de noções, de exercícios e de correcção. Cada tema estudado recebe uma numeração de acordo com a sequência do programa. Os alunos vão estudando os conteúdos, resolvendo os exercícios e comparando as suas respostas com as quais estão contidas nas fichas de correcção.
O trabalho independente Consiste em tarefas dirigidas e orientadas pelo professor para os alunos resolverem de maneira independente e criativa. Este método tem, na atitude mental do aluno, seu ponto forte.
Segundo LIBÂNEO (1992:89),“Tem também a possibilidade de apresentar fases como a tarefa preparatória, tarefa de assimilação de conteúdos, tarefa de elaborarão pessoal. Uma das formas mais conhecidas de trabalho independente é o estudo dirigido individual ou em duplas”.
Este método pressupõe determinados conhecimentos, compressão das tarefas e dos seus objectivos, o domínio do método da solução das tarefas de modo que os alunos possam aplicar os conhecimentos e habilidades sem orientação directa do professor.
O aspecto mais importante do trabalho independente é a actividade mental dos alunos, qualquer que seja a modalidade de tarefa planejada pelo professor para o estudo individual. Em muitas escolas onde numa mesma classe, estão alunos de várias séries, os professores estão obrigados a dar tarefas de estudo independente para uma turma enquanto dão aula expositiva para a outra. O que acontece, é que esse trabalho individual e silencioso tem sido usado mais para os alunos ocupados do que para garantir a melhor assimilação da matéria, Para que o trabalho independente seja, de facto, um método pedagógico, é preciso que seja planificado em correspondência com os objectivos, conteúdos e outros procedimentos metodológicos.
O trabalho independente pode ser adoptado em qualquer momento da sequência da unidade ou aula como:
Ø  Tarefa preparatória;
Ø  Tarefa de assimilação de conteúdos;
Ø  Tarefa de elaboração pessoal.

1.6.Tarefa preparatória


Os alunos escrevem o que pensam do assunto que será tratado, colhem e observam, respondem um breve questionário ou teste, fazem uma redacção sobre um tema. Essa tarefa serve para verificar condições prévias dos alunos, levantando problemas que depois serão aprofundadas, despertar o interesse pelo assunto e provocar uma atitude interrogativa pelo aluno.


1.7.   Tarefa de assimilação de conteúdos
Estas tarefas, são exercícios de aprofundamento e aplicação dos temas já tratados, estudos dirigidos, solução de problemas, pesquisa com base num problema novo, leitura do texto do livro, desenho de mapas depois de uma aula, tarefas desse tipo podem ser intercalados no decorrer da aula expositiva ou da aula de conversação, em que o professor interrompe a aula e intercala alguns minutos de trabalho individual dupla do aluno.
Segundo DUART & LINGUA (1993:23) “Os resultados desta tarefa podem não ser perfeitos ou correctos, mas mesmo os erros cometidos e as soluções encontradas servem para preparar os alunos para revisar conhecimentos e assimilar as soluções correctas.

1.8. Tarefas de elaboração pessoal

Estas tarefas, são exercício nos quais os alunos produzem respostas sugeridas dos seus próprios pensamentos, o modo prática de fazer esse tipo de tarefa, é fazer uma pergunta ao aluno que leve a pensar: o que aconteceria se…, o aluno também pode relatar o que viu ou observou (uma planta, um animal, uma experiencia de uma visita, um estudo do meio) ou contar o que aprendeu.
Para que o trabalho independente cumpra a sua função didáctica é necessário que o professor observe as seguintes condições:
Ø  Dar tarefas claras, compressíveis e adequadas a altura dos conhecimentos e da capacidade do raciocínio do aluno;
Ø  Assegurar as condições de trabalho (local, silêncio, material disponível);
Ø  Acompanhar por perto as vezes individualmente o trabalho;
Ø  Aproveitar resultado das tarefas para toda a classe.

Os alunos por sua vez devem:
Ø  Saber precisamente, o que fazer, e como trabalhar;
Ø  Dominar as técnicas do trabalho: como fazer leitura de um texto, como utilizar dicionário geográfico ou enciclopédia, como utilizar o atlas, como fazer observações e experimento de um fenómeno, como fazer um esquema ou um resumo;
Ø  Desenvolver atitudes de ajuda mútua não apenas para assegurar o clima do trabalho, mas também para pedir ou receber auxílio de colegas.

Uma das formas didácticas mais comuns para por em prática o trabalho independente, é auxiliar no desenvolvimento mental dos alunos, podendo sim cumprir por meio de duas funções que são:
Ø  A realização de exercícios, tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades que segurem a explicação do professor;
Ø  Elaboração de novos conhecimentos, a partir de questões sobre problemas diferentes daqueles resolvidos em classe.

O estudo dirigido procura:
Ø  Desenvolver habilidade, hábitos de trabalho independente e críticas;
Ø  Sistematizar e consolidar conhecimentos;
Ø  Possibilitar a cada aluno, individualmente, resolver problemas, vencer dificuldades e desenvolver métodos próprios de aprendizagem;
Ø  Possibilitar ao professor a observação de cada aluno em suas dificuldades e progressos, bem como a verificação da eficácia do seu próprio trabalho na condução do ensino.

A primeira função do estudo dirigido é a realização de exercícios e tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades. A combinação da explicação do professor com exercícios é um recurso necessário para uma consolidação dos conhecimentos. A segunda função do estudo dirigido é a proposição de questões que os alunos possam resolver criativamente de modo que assimilem o processo de busca de soluções de problemas. Esse tipo de estudo dirigido, consiste de uma tarefa cuja solução e resolução são desconhecidos pelo aluno, mas, dispondo de conhecimentos e habilidades já assimilados, ele pode buscar a sua solução. As questões ou problemas devem, pois, ser compatíveis com as capacidades e possibilidades dos alunos.
 O procedimento de investigação e solução de problemas contem os seguintes elementos:
Ø  Colocação de problemas;
Ø  Colecta dos dados e informações para torna-lo bem caracterizado;
Ø  Identificação de possíveis soluções;
Ø  Escolha de soluções viáveis em face das condições existentes conhecimentos e tarefas e tecnologia disponíveis, possibilidades concretas de actuação sobre o problema.

O trabalho independente é uma forma de interacção activa entre o professor e os alunos visando a obtenção de novos conhecimentos, habilidades, convicções e atitudes bem como a ficção e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos.
O trabalho independente subdivide-se em três tipos de diálogo:
Ø  Diálogo para tratamento da matéria nova;
Ø  Dialogo para revisão e
Ø  Diálogo com carácter de prova ou exame oral.
Diálogo para tratamento da matéria nova; tem por objectivo reactivar os conhecimentos e habilidades necessários para facilitar assimilação da matéria nova de Geografia;
Diálogo de revisão; tem em vista levar os alunos a tirar conclusões e a fazer generalizações;
Diálogo com carácter de prova ou exame oral; tem um papel importante na comprovação dos conhecimentos dos alunos.
Este método, faz parte do conjunto das opções metodológicas das quais pode servir-se o professora a aplicar-se em vários momentos do desenvolvimento da fase didáctica, seja na fase inicial de introdução e preparação para o estudo de conteúdos, seja no decorrer da fase da organização e sistematização, seja na fase de fixação, consolidação e aplicação.


 


Conclusão

Das abordagens feitas de forma profunda e analítica em volta do tema “método de trabalho Independente” chegou-se a conclusão de que o trabalho independente é a actividade mental dos alunos, qualquer que seja a modalidade de tarefa planejada pelo professor para o estudo individual ou colectivo. O trabalho independente é silencioso usa-se mais para os alunos ocupados de modo a garantir a melhor assimilação da matéria, para que o trabalho independente seja um método pedagógico deve ser planificado de acordo os objectivos, conteúdos e outros procedimentos metodológicos.
Este trabalho independente é um exercício nos quais os alunos produzem respostas sugeridas dos seus próprios pensamentos, prática de fazer esse tipo de tarefa, é fazer uma pergunta ao aluno que leve a pensar: o que aconteceria se o aluno também pode relatar o que viu ou observou (uma planta, um animal, uma experiencia de uma visita, um estudo do meio) ou contar o que aprendeu.
O trabalho independente pode ser adoptado em qualquer momento da sequência da unidade ou aula. O trabalho independente é uma forma de interacção activa entre o professor e os alunos visando a obtenção de novos conhecimentos, habilidades, convicções e atitudes bem como a ficção e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos.






 


Bibliografia

DUARTE; Stela & LINGUA Januário, Fundamentos de Metodologia de Ensino de Geografia, Maputo 2006.
LIBÂNEO, J. C., Didáctica Geral, S. Paulo, Editora Cortez, 1994.
NIVAGARA, Daniel, Didáctica Geral Aprender a Ensinar, S/d.



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