quinta-feira, 7 de maio de 2020

A Auditoria Interna nas Instituições Públicas: Um estudo na Direcção Provincial da Juventude e Desportos do Niassa, 2015-2019



Gaudência de Lurdes Adriano












A Auditoria Interna nas Instituições Públicas: Um estudo na Direcção Provincial da Juventude e Desportos do Niassa, 2015-2019
(Licenciatura em Contabilidade e Auditoria)












Universidade Rovuma
Lichinga
2019


Gaudência de Lurdes Adriano









A Auditoria Interna nas Instituições Públicas: Um estudo na Direcção Provincial da Juventude e Desportos do Niassa, 2015-2019

Monografia Cientifica para apresentar no Departamento de Contabilidade e Gestão (DECOG), como pré-requisito para a obtenção do grau de Licenciatura em contabilidade e Auditoria.
Supervisor: PhD. Jorge Arnaldo



Universidade Rovuma
Lichinga
2019





 












LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Auditoria interna na DPJD……………………………………………………….32
Gráfico 2: Vezes ao ano que é realizada auditoria interna…………………………………...34

























LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

AI                               Auditoria Interna
CLT                              Consolidação das Leis Trabalhistas
DECOG                        Departamento de Contabilidade e Gestão
DGO                             Direção geral do Orçamento
DL                                Decreto – Lei
DPJD                         Direcção Provincial da Juventude e Desportos
IFAC                          International Federation of Accountants
IGF                               Inspeção Geral das Finanças
IGFSS                           Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social
INTOSAI                   International Organization of Supreme Audit Institutions
NPM                          New Public Management
SCI                               Sistema de Controlo Interno













DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro que a presente monografia é resultado da minha investigação pessoal e de orientações do meu supervisor. O seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionados no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico.

Lichinga, aos ___de__________de 2019
___________________________
(Gaudência de Lurdes Adriano)

















DEDICATÓRIA


Dedico aos pais Adriano Jaimesson e Taciana Quidione Romo Jaimesson, que são a razão da minha existência.
























AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus todo-poderoso criador do céu e da terra por me incluir no seu grandioso projecto de perpetuação da humanidade, por me fortalecer espiritualmente e por não me abandonar no processo de elaboração deste trabalho.
Aos meus pais Adriano Jaimesson e Taciana Quidione Romo Jaimesson, pela criação, persistência, história de vida e incentivo pela busca de concretização dos meus sonhos, e poder superar os obstáculos.
Á toda a minha família que desde o princípio apoiou-me moral e materialmente, em especial aos meus irmãos Aurélio, Amaral, Gervásio, Lúcia, Júlia e Delfina, pelo acompanhamento em todos os momentos da minha vida.
O meu caloroso obrigado vai ao PhD. Jorge Arnaldo, meu supervisor que de forma humilde e incansável, soube orientar todo o processo de pesquisa e produção desta monografia.
À todos os professores do Departamento de Contabilidade e Gestão (DECOG), que com mestria administraram suas aulas sempre dando o melhor em si para compartilhar as suas experiências, especialmente a Universidade Pedagógica, Delegação de Niassa pela oportunidade de estudar naquela instituição de ensino superior.
Aos meus amigos e colegas, especialmente ao Venâncio Janeque; Olinda Namireca; Hermenegildo Pio, José Mariano e Vânia Marisa, pela força, motivação, carinho e amizade e a predisposição que sempre tiveram em me ajudar.
Os meus profundos agradecimentos são extensivos a todos aqueles que directa ou indirectamente tornaram possível a concretização do sonho de me formar no ensino superior.





RESUMO

Esta monografia tem por objectivo analisar A auditoria interna nas instituições públicas especificamente faz a identificação das fases preparatórias da AI, descrição dos procedimentos da auditoria interna, e propor medidas de desempenho das instituições a pois a auditoria interna, um estudo realizado na Direcção Provincial da Juventude e Desportos do Niassa, sendo que a auditoria em Moçambique é pouco conhecida, principalmente quando se trata nas instituições pública, apesar dela, ser de grande valor para o conhecimento do uso dos recursos financeiros, é nesta perspectiva que surge o problema que deu a luz a presente estudo: Qual é o papel da auditoria interna na conformidade dos procedimentos administrativos na Direcção Província de Juventude e Desportos do Niassa? Numa pesquisa do tipo qualitativa, onde para a concretização do estudo recorreu ao método de abordagem indutivo, e o dos procedimentos bibliográfico, e descritivo, coadjuvado de técnicas de recolha de dados como a entrevista, observação directa e documental. Em termos de resultados durante a pesquisa percebeu-se que apesar de a AI ser um conceito novo para as instituições públicas, na DPJD é realizada. Pois que a auditoria interna realmente é realizada ou organizada pela própria instituição, sendo ela feita pelos auditores da instituição, com o auxílio dos especialistas provenientes de fora caso haja défice do profissional de uma área que se pretenda auditar. Esta prática tem ajudado significativamente para a implantação de um bom sistema de controlo interno, evitando fraudes e identificando os actos já consumados, como por exemplo o desvio de fundos, mau uso do património da instituição entre outros.
Palavras-Chave: Auditoria Interna, Conformidade, procedimentos Administrativos, instituições Públicas














CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

O presente trabalho tem como tema A Auditoria Interna nas Instituições Publicas, o estudo foi realizar-se na Direcção Provincial da Juventude e Desporto do Niassa, que cita na cidade de Lichinga, onde foi feita a análise num intervalo temporal de 2015 a 2019.
A auditoria interna (AI) é uma actividade de avaliação que, de forma independente dentro de uma empresa, tem por objecto a revisão das operações contabilísticas, financeiras e de todo o tipo, com o fim de prestar um serviço à direcção. É um controlo administrativo, cuja função é medir e avaliar a eficácia de outros controlos.
A AI é muito importante para as organizações, pois ela subsidia o administrador ou proprietário com dados e informações tecnicamente elaborados, relativos às actividades para que estes possam acompanhar e supervisionar já que não dispõem de condições de as realizar e ainda auxilia a organização na melhoria dos seus negócios, identificando áreas problemáticas e sugerindo medidas com vista a corrigir ou eliminar as deficiências encontradas.
A contabilidade pública é uma peça essencial do processo de reformas que vêm sendo feitas no sector público, mas existem dificuldade de pôr em prática, de forma imediata, as reformas entretanto operadas nesta área, dificuldades essas que têm diversas justificações, as quais resultam, em grande parte, de se procurar obter uma prestação de contas por objectivos.
Daí que se torne cada vez mais imperioso reforçar a prática regular da auditoria pública, e que essa atinja novos alcances que possam aferir da correcta aplicação dos fundos públicos, numa perspectiva de controlo de gestão da entidade, para no futuro poder caminhar-se para auditorias de avaliação da qualidade dos serviços prestados, como de resto sucedeu na Nova Zelândia, país pioneiro em matéria de auditoria pública (TORRES, 2002).


1.2. Problematização

A auditoria interna é uma actividade de avaliação que tem por objecto a revisão das operações contabilísticas, financeiras e de todo o tipo, com o fim de prestar um serviço à direcção. É um controlo administrativo, cuja função é medir e avaliar a eficácia de outros controlos.
A auditoria interna cumpre um papel fundamental na instituição, pois ela subsidia o administrador ou proprietário com dados e informações tecnicamente elaborados, relativos às actividades para que estes possam acompanhar e supervisionar já que não dispõem de condições de as realizar e ainda auxilia a organização na melhoria dos seus negócios, identificando áreas problemáticas e sugerindo medidas com vista a corrigir ou eliminar as deficiências encontradas.
A auditoria em Moçambique é pouco conhecida, principalmente quando se trata nas instituições pública, apesar dela, ser de grande valor para o conhecimento do uso dos recursos financeiros, é nesta perspectiva que surge a seguinte questão: Qual é o papel da auditoria interna na conformidade dos procedimentos administrativos na Direcção Províncial da Juventude e Desportos do Niassa?

O presente estudo surge pela perspectiva de procurar perceber a papel da auditoria interna nas instituições públicas moçambicanas, um estudo esse que crê-se que será de maior relevância em diversas áreas, desde o político, económico, académico e mais.
Este trabalho enquadra e desenvolve as últimas tendências em matéria de auditoria pública e enfatiza o papel que a mesma pode desempenhar nas organizações estaduais. Contudo é de maior relevância para a sociedade, tendo em conta que vai a gestão da instituição é monitorizada.
Este estudo permite perceber as formas de controlo das finanças dentro da instituição, através deste estudo vai permitir a se tomar melhores decisões nas áreas que envolvem as economias, contribuindo esta forma para o melhoramento da instituição, despertando as melhores formas de gestão institucional, assim como a direcção perceberá as melhores formas de gestão.
As práticas de AI que são desenvolvidas nesta pesquisa têm relevância para o campo académico, por trazer uma abordagem concreta e uma visão nova acerca do tema. Com este estudo haverá um grande estímulo para o campo da contabilidade, especialmente na área académica, despertando diversas pesquisas de interesse.
O campo de pesquisa surge pelo facto de uma das instituições que mais lida com a população mais jovem do país, para alem de ser de mais destaque pelo facto de ano a pois ano ser mais assistida financeiramente e diversas áreas de interesse da contabilidade, principalmente quando se trata da área desportiva, dai a necessidade de perceber se a auditoria interna é realizada dentro da instituição e a sua relevância.

1.4. Objectivos

1.4.1. Objectivo Geral

ü  Analisar a auditoria interna nas instituições públicas para ajudar a conformidade de procedimentos Administrativos.

1.4.2. Objectivos Específicos

ü  Identificar as fases preparatórias da Auditoria Interna;
ü  Descrever os procedimentos da auditoria interna na Direcção Provincial da Juventude e Desporto do Niassa;
ü  Propor medidas de desempenho das instituições a pois a auditoria interna.

1.5. Questões de Pesquisa

De acordo com SAMPIERI & COLLADO, (2006), questões de pesquisa, são instrumentos que visam a facilitar o processo de colecta de dados. Nesta perpectiva a estudantes, para o estudo elaborou as seguintes questões:
1.      Quais as fazes preparatórias de uma auditoria interna?
2.      Que procedimentos são usados para a realização da auditoria interna na instituição?
3.      Quais são as medidas de desempenho das instituições a pois a realização da auditoria interna?

1.6. Estrutura do Trabalho

O trabalho está estruturado em cinco (5) principais capítulos a saber:
ü  CAPITULO I- Introdução: onde faz-se uma breve contextualização do tema, motivação e são apresentados os objectivos da investigação, hipóteses ou questões da investigação, a metodologia utilizada e uma sequência do trabalho.
ü  CAPITULO II- Fundamentação teórica: onde se faz a apresentação de ideia de autores que escreveram algo ligado ao tema em pesquisa.
ü  CAPITULO III- Procedimentos Metodológicos, que se ocupa ao estudo de tipos de métodos, instrumentos e técnicas de recolha de dados utilizados para a concretização do estudo, na parte final é apresentada as referências bibliográficas utilizadas nesta pesquisa.
ü  CAPITULO IV: Análise e discussão dos resultados da pesquisa, constituído pelos seguintes conteúdos.
ü  CAPITULO V: conclusões e sugestões: onde constam os aspectos conclusivos da pesquisa mas também as sugestões que o autor desta pesquisa leva aos pesquisados.















CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo pretende trazer os conceitos e teorias de diversos autores, de obras, revistas e artigos científicos que falam d auditoria interna nas instituições públicas.

2.1. Definição de Conceitos

2.1.1. Auditoria

Segundo LINS (2011:5) “[...] a auditoria significa conferência, verificação, análise e avaliação e, acima de tudo, comunicação dos resultados dentro de um determinado objectivo ao qual a auditoria se propõe [...].”
Para TC, (1999:30), "Auditoria é uma verificação ou exame feito por um auditor dos documentos de prestação de contas com o objectivo de o habilitar a expressar uma opinião sobre os referidos documentos de modo a dar aos mesmos a maior credibilidade".
Diante do exposto, verifica-se que a função da auditoria não é somente a detecção de erros ou fraudes, mas sua actividade deve ser vista como de acessoramento a administração quanto ao desempenho das atribuições definidas para cada área da empresa mediante os objectivos por ela definidos. 
As auditorias classificam-se segundo os objectivos a que se destinam e pelo vínculo existente entre os auditores e as entidades auditadas.
Segundo MORAIS & MARTINS (2013), a auditoria pode ser classificada atendendo a diferentes critérios:
ü  Quanto ao conteúdo e fins – estão incluídas as auditorias financeiras (designadamente as auditorias das demonstrações financeiras), as auditorias não financeiras (na qual incluem a auditoria de conformidade e a auditoria operacional), a auditoria de gestão e a auditoria estratégica;
ü  Quanto à amplitude – a auditoria geral (envolve a entidade na sua globalidade) e a auditoria parcial (envolve apenas uma parte da entidade – nomeadamente uma actividade, uma operação ou um projecto);
ü  Quanto à frequência – temos a auditoria permanente (realizada de forma regular, permitindo um acompanhamento continuo das operações) e a auditoria ocasional (realizada de forma esporádica, por solicitação pontual);
ü  Quanto ao período temporal – onde se insere a auditoria da informação histórica (elaborada à posteriori) e a auditoria da informação previsional ou prospectiva (elaborada à priori baseada em previsões);
ü  Quanto à obrigatoriedade – auditoria de fonte legal (baseada em normativo legal) e a auditoria de fonte contratual (baseada em contratos de prestação de serviços);
ü  Quando ao sujeito que a efectua – auditoria externa (feita por profissionais externos não subordinados à entidade) e auditoria interna (é efectuada por quadros da entidade ou não organizados num departamento, subordinados à autoridade máxima, sendo sempre auditorias permanentes).

2.1.2. Auditoria interna

Conforme DIAS (2006:8) “[...] acção ou conjunto de eventos que comprovem a eficaz execução do controle interno e/ou corroborem a existência de possíveis melhorias no processo auditado [...]”.
Complementa CREPALDI (2010:150) “[...] são o conjunto de investigações técnicas que permitem ao auditor formar opinião sobre as demonstrações contábeis examinadas e que lhe forneçam base para emitir seu parecer fundamentado”.
As actividades de AI, segundo ATTIE (2009) estão organizadas em procedimentos, procurando desta forma, agregar valor aos resultados da entidade, evidenciando subsídios para o melhoramento da gestão, dos processos e dos controles internos, através da indicação de soluções para as irregularidades apontadas.
Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que possibilitam ao auditor emitir sua opinião sobre as demonstrações da empresa.
Os procedimentos de auditoria interna não diferem daqueles utilizados pela auditoria externa. PEREIRA & NASCIMENTO (2005:50), afirmam que “Em todo trabalho de auditoria interna as ferramentas utilizadas no cumprimento dos seus objectivos são baseadas nos instrumentos desenvolvidos e aplicados na auditoria externa”. Destacam os autores que a extensão e profundidade dos procedimentos são distintos, isto é: a auditoria interna se concentra nos processos internos, ao passo que a externa se volta às demonstrações financeiras.
Para LINS (2011) os procedimentos de auditoria interna englobam as análises, exames, avaliações, sistemas de controlos internos e sistemas de gerenciamento de riscos para que a entidade cumpra seus objectivos. Estas atribuições são cumpridas mediante procedimentos específicos, que quando aplicados de maneira sistemática contribuem substancialmente para a eficiência no trabalho da auditoria interna.
Para um adequado processo de auditoria interna, MORAIS & MARTINS (2003:91-128), indica as fases que os auditores internos devem seguir:
        i.            Planeamento
Está relacionada à selecção de área sujeita a auditoria. O planeamento do trabalho é um factor relevante para o êxito do trabalho da equipe de auditoria interna, pois permitem a realização de exames adequados e eficientes para que os objectivos da auditoria interna se concretizem em tempo razoável, independentemente de qualquer acontecimento imprevisível.
O plano de auditoria não é padrão, pelo facto de que cada empresa tem a sua estrutura, dimensão ou tipos de direcção, sendo assim o plano deve ser elaborado de acordo com os seguintes requisitos:
A dimensão da empresa; o sector de actividade (características; as causas e origens do crescimento do negócio, ou pelo contrário, a sua decadência); a identificação de funções mais relevantes dentro da empresa e os problemas críticos, que podem afectar; a empresa é objecto de auditorias externas periódicas; o correcto tratamento das informações; a situação financeira da empresa (MORAIS & MARTINS, 2003:91).
      ii.            Preparação da auditoria
Inclui um programa de trabalho, que é plano detalhado de práticas comuns de auditoria e de avaliação do controlo interno, com base nas normas estabelecidas pela empresa e em procedimentos técnicos geralmente aceites. Serve de orientação ou guia para a consecução do trabalho de auditoria (MORAIS & MARTINS, 2003:92).
    iii.            Exame Preliminar
É necessário para melhor conhecimento da entidade ou área sujeita a auditoria. Para isso o auditor terá que efectuar deslocações, observações, reuniões, recolha de documentos, pois essas deslocações dão ao auditor a oportunidade de conhecer as pessoas, a natureza das operações, ambiente de trabalho, etc.
A primeira reunião deve ser com a direcção e no local a auditar a fim de efectuar o primeiro esboço do trabalho a executar, sem esquecer de fazer recolha e verificação dos documentos básicos que permitam conhecer e descrever o sistema, bem como a adequação e eficácia da gestão de risco (MORAIS & MARTINS, 2003:99).
    iv.            Descrição, Análise e Avaliação do Controlo Interno
É necessário efectuar uma análise muito detalhada dos procedimentos e sistemas de controlo da entidade da forma mais racional possível ao realizar a auditoria interna. A auditoria interna estuda e avalia de controlo interno existentes em cada área serve como base de confiança e para determinar os procedimentos de auditoria a serem aplicados.
Deve ser seguido independentemente da magnitude ou complexidade dos sistemas e procedimentos da área seleccionada para auditar e independentemente do sistema de procedimento da informação tanto contabilística como não contabilística (MORAIS & MARTINS, 2003:99).
      v.            Exame e Avaliação da Informação
É executada após se ter avaliado o controlo interno e se ter avaliado novamente o risco e reajustado o programa de auditoria preliminar (MORAIS & MARTINS, 2003:101).
    vi.            Conclusões e recomendações
Após ter efectuado a avaliação da eficácia do controlo interno, tendo sempre presente a análise do risco e na posse da prova adequada o auditor interno estará em condições de elaborar conclusões e efectuar recomendações (MORAIS & MARTINS, 2003:101).
  vii.            Comunicação dos Resultados
Faz-se através de relatórios. O relatório representa um dos documentos mais relevantes do auditor interno, afinal é o meio pelo qual se comunica à direcção as conclusões do trabalho realizado. Ele deve reunir cinco requisitos gerais: ser construtivo; objectivo; conciso; oportuno e claro. Recomenda-se comentar as conclusões e recomendações com o responsável pela área auditada antes da emissão do relatório definitivo. Estes comentários ajudarão no esclarecimento de mal entendidos, caso houver, ou interpretações incorrectas e ainda proporciona ao auditor a oportunidade de poder clarificar pontos concretos do exame sobre o qual vai expressar opinião (MORAIS & MARTINS, 2003:102).
viii.            Follow-up
É o processo em que o auditor interno avalia a adequação, eficácia e oportunidades das medidas tomadas pelo órgão de gestão face às observações e recomendações relatadas. É a fase do processo que mais se verifica a diferença entre o trabalho desenvolvido pelo auditor interno e externo, enquanto o trabalho de auditor externo termina com a comunicação dos resultados o do auditor interno dá continuidade ao processo, acompanhando a implantação das recomendações efectuadas (MORAIS & MARTINS, 2003:109-110).
    ix.            Avaliação da Auditoria
É a última fase do processo de auditoria, faz-se apreciação da auditoria interna na sua globalidade. É geralmente realizada durante uma reunião entre os auditores envolvidos no trabalho realizado, supervisor designado para a auditoria e o responsável da actividade de auditoria. Uma das metodologias para avaliar uma auditoria é fornecer a cada auditor designado uma ficha de avaliação no início da auditoria (MORAIS & MARTINS, 2003:128).
O principal objectivo da auditoria interna é o de ajudar os administradores observando o funcionamento dos controlos internos contribuindo para o seu melhoramento ou até substituição caso necessário. A auditoria interna só fornece benefícios à organização, pois controla o seu património a fim de minimizar as possíveis irregularidades, incapacidades ou negligências caso existam.
Para CREPALDI (2000:212) os objectivos da auditoria interna são exactamente:
ü  Verificar se as normas internas estão sendo seguidas;
ü  Avaliar a necessidade de novas normas internas ou notificações das já existentes.
Segundo ATTIE (1992:29) os objectivos da auditoria interna se resumem nos seguintes:
ü  Examinar a integridade e fidedignidade das informações financeiras e operacionais e os meios utilizados para aferir, localizar classificar e comunicar essas informações;
ü  Examinar os sistemas estabelecidos, para certificar a observância às políticas, planos, leis e regulamentos que tenham, ou possam ter, impacto sobre operações e relatórios, e determinar se a organização está em conformidade com as directrizes;
ü  Examinar os meios usados para a protecção dos activos e, se necessário, comprovar sua existência real;
ü  Verificar se os recursos são empregados de maneira eficiente e económica;
ü  Examinar operações e programas e verificar se os resultados são compatíveis com os planos e se essas operações e esses programas são executados de acordo com o que foi planeado;
ü  Comunicar o resultado do trabalho de auditoria e certificar que foram tomadas as providências necessárias a respeito de suas descobertas.
Pode-se claramente verificar que pelas diferentes funções que cada autor atribui a auditoria interna tem sempre por objectivo final acrescentar valor a organização e ajudar na melhoraria do funcionamento da organização. Ou seja a preocupação primordial da auditoria interna é ajudar o máximo a organização onde se encontra inserida.
Apesar da auditoria interna ter evoluído bastante são ainda poucas as organizações que compreendem a sua real importância, pois muitas organizações só relacionam a auditoria interna com os custos e não levam em conta os benefícios.
MARQUES (1997:77) afirma:
[…] a auditoria pode desempenhar um papel muito importante e constituir um precioso instrumento ao serviço da gestão, atendendo ao conhecimento profundo e à visão global que podem ter da unidade económica (da qual também faz parte) e aos contributos que pode dar para o aperfeiçoamento e modernização sistemática da sua organização e funcionamento, dos métodos e processos utilizados, da gestão e, consequentemente, para a melhoria da sua capacidade competitiva.
A auditoria interna cumpre um papel fundamental na empresa, pois ela subsidia o administrador ou proprietário com dados e informações tecnicamente elaborados, relativos às actividades para que estes possam acompanhar e supervisionar já que não dispõem de condições de as realizar e ainda auxilia a organização na melhoria dos seus negócios, identificando áreas problemáticas e sugerindo medidas com vista a corrigir ou eliminar as deficiências encontradas. A auditoria interna é conhecida como uma actividade de grande importância principalmente no seio das grandes empresas porque apenas o administrador não dispõe de condições para cuidar do funcionamento da empresa no seu todo, e assim surge a necessidade de delegar essas funções para outras pessoas, auditores internos, que constituem um cargo de grande relevância.
Segundo NELSON & MARQUES (2011:70) a auditoria interna assume particular importância por observância às seguintes funções:
ü  Concepção, implementação e acompanhamento do sistema de controlo interno;
ü  Avaliação das performances da gestão;
ü  Análise de investimento;
ü  Avaliação de mercado;
ü  Organização de planos estratégicos e previsionais e avaliação de desvios;
ü  Outras análises e estudos económico-financeira;
ü  Auditorias externas.
MORAIS & MARTINS (2003:63) definem outras funções da auditoria interna tais como:
ü  Examinar e apreciar a razoabilidade, a suficiência e aplicação dos controlos contabilísticos, financeiros e operacionais e promover um controlo eficaz a um custo razoável - relação custo/benefício com base na avaliação do risco;
ü  Verifica até que ponto os activos da entidade estão justificados e livres de ónus bem como se os processos de governação são adequados;
ü  Avaliar a qualidade e eficácia do trabalho desenvolvido pelos trabalhadores;
ü  Recomendar melhorias no sistema.
A auditoria interna se torna portanto importante pelo facto de ser uma actividade que tem poder de analisar, apreciar, recomendar e comentar sobre às actividades de negócio que seja útil para os membros da administração. É ela que verifica o cumprimento das normas e não só, também identifica áreas que estão sujeitas às correcções ou melhorias.

2.1.3. Controlo Interno

Como menciona MORENO (2006), o controlo interno organiza-se e funciona no interior da gestão financeira do Sector Público estando integrado nas estruturas organizacionais das entidades.
O SCI da Administração Financeira do Estado foi instituído com a publicação do DL n.º 166/98, de 25 de Junho, e veio realçar a importância para o reforço e revisão do sistema de controlo financeiro., procurando promover “a difusão de uma cultura de controlo em todos os níveis da administração financeira do Estado” de maneira a melhorar a gestão. Este DL contém os primeiros princípios orientadores, referentes quer à organização, articulação e funcionamento de todo o SCI, quer aos seus domínios de controlo, quer às suas modalidades, quer aos seus métodos e técnicas, quer à sua planificação, quer ainda aos seus resultados, ou seja, ao nível da globalidade da actividade de gestão orçamental, financeira e patrimoniais públicas.
O presente DL apresenta a seguinte definição de controlo interno:
Consiste na verificação, acompanhamento, avaliação e informação sobre a legalidade, regularidade e boa gestão, relativamente e actividades, programas, projectos ou operações de entidades de direito público ou privado, no âmbito da gestão ou tutela governamental em matéria de finanças públicas, nacionais e comunitárias, bem como de outros interesses financeiros públicos.
Segundo o DL n.º 166/98, de 25 de Junho, o SCI está estruturado em 3 níveis de controlo (artigo n.º 4):
ü  Controlo Operacional – compreende a verificação da base de apresentação das demonstrações financeiras, a forma como foi conduzida a despesa e a receita com referência aos diplomas legais e à economia, eficiência e eficácia e forma como foram tomadas as decisões, ou seja, inclui a verificação, acompanhamento e informação que incidem sobre as decisões dos órgãos de gestão das unidades de execução de acções, podendo ser constituído por órgãos externos de inspecção ou pelo próprio organismo através do departamento de auditoria interna.
ü  Controlo Sectorial – traduz-se na verificação, acompanhamento e informação que incide preferencialmente sobre a avaliação do controlo operacional e sobre a «adequação da inserção de cada unidade operativa e respectivo sistema de gestão, nos planos globais de cada ministério ou região, sendo exercido pelos órgãos sectoriais e regionais de controlo interno», normalmente exercido pelas inspecções-gerais dos ministérios.
ü  Controlo Estratégico – consubstancia-se na verificação, acompanhamento e informação que incidem preferencialmente sobre o controlo operacional e o controlo sectorial, bem como sobre “a realização das metas traçadas nos instrumentos provisionais, designadamente o Programa do Governo, as Grandes Opções do Plano e o Orçamento do Estado”. Este tipo de controlo é exercido pela IGF, pela Direcção geral do Orçamento (DGO) e pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS).
O controlo interno é efectuado principalmente por pessoas afectas à organização, incluindo a gestão, auditores internos e outros funcionários.
Os auditores internos desempenham um papel significativo no sentido em que examinam e contribuem para a eficácia contínua do SCI através das suas avaliações e recomendações.

2.1.4. Instituição Pública

Quando falamos em instituições públicas aquelas a que nos referiremos de uma forma mais analítica também não podemos deixar de ter em mente determinadas noções de serviço público, de colectivismo, de fins ou objectos altruísticos ou de administração pública, pois a todas elas as instituições públicas se ligam, seja numa perspectiva de relação sistemática, porque absorvem os ideais que estas ideias primariamente veiculam, seja numa perspectiva de relação funcional, na medida em que tais instituições podem aparecernos como o «braço de trabalho» que transforma aqueles conceitos em realidades (RAMOS, 2010).
Queremos com isto dizer, por exemplo, que uma instituição pode ser, ao mesmo tempo, parte de um sistema alargado da administração pública e o mecanismo ou a organização que permite realizar os objectivos ideológicos dessa mesma administração. Um hospital, nesta linha de pensamento, aparece como um elemento do sistema nacional de saúde uma instituição que pertence a um conjunto mais vasto composto por outras mais instituições mas também como um organismo capaz de transformar em actos e factos as ideias de, v.g., acesso generalizado à saúde ou de assistência clínica permanentemente disponível para os cidadãos de certo país.

2.2. Principais Teorias

2.2.1. As Normas Internacionais de Auditoria do Sector Público

Desde os finais do século XIX que os especialistas de contabilidade e auditoria, sobretudo dos países mais avançados, procuram regulamentar a sua profissão e harmonizar e homogeneizar as normas, práticas e relatórios. O sector público esteve presente praticamente desde o início, o que indicia o grau de importância que representa este sector para a profissão de auditoria.

2.2.2. Auditoria do Sector Público

A auditoria no sector público, pode dizer-se que está ainda a grande distância do que se faz no sector privado. Para as empresas torna-se por demais importante que as demonstrações financeiras transmitam uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira, dos resultados e também dos fluxos de caixa. Para as entidades públicas o que interessa, sobretudo, é que a gestão dos fundos públicos tenha sido adequada e que se pautou por critérios de legalidade; aliás, a vertente tradicional do controlo público.
Resultou da Declaração de LIMA sobre as linhas básicas da fiscalização, aprovadas no IX Congresso da INTOSAI, a necessária inter-relação entre o controlo e a economia financeira pública (AECA, 2001:101), tornando-se num mecanismo regulador da legalidade, rentabilidade, utilidade e racionalidade das operações financeiras, a ponto de serem tomadas medidas correctivas. Em sequência, a auditoria é uma técnica ao serviço do controlo necessário, mas não deve considerar-se como um fim em si mesma.
Resulta, assim, que as técnicas e procedimentos de auditoria não podem ser os mesmos para todos os objectivos de controlo, devendo alguns deles adaptar-se aos fins pretendidos.
A auditoria financeira tem como objectivo obter uma segurança razoável nas contas e verificar se as demonstrações financeiras sob análise expressam, em todos os seus aspectos significativos, a imagem fiel do património, da situação financeira e do resultado da gestão, em conformidade com os princípios contabilísticos geralmente aceites (COSTA MARQUES, 2000).
No sector público, essas auditorias não apresentam diferenças significativas em face do sector privado. Exceptuando os "actores", as diferenças existentes são as que se relacionam com o controlo orçamental e contabilístico, com o conteúdo das peças contabilísticas e com os utentes da informação financeira.
No campo da harmonização internacional de princípios e normas contabilísticas e de auditoria, com a criação em Junho de 1986 do Public Sector Committee, comité permanente do Conselho da IFAC (International Federation of Accountants), está a contribuir-se para a coordenação e harmonização das necessidades relativas à informação financeira, contabilidade e auditoria para todo o tipo de entidades públicas (PINA & PRADAS, 2001).
Destaca-se o empenho na normalização e harmonização da auditoria pública efectuado pela International Organization of Supreme Audit Institutions-INTOSAI.
Auditoria do cumprimento da legalidade tem a ver com a importância dada ao cumprimento das normas legais no âmbito do sector público, O seu não cumprimento acarreta maiores consequências às organizações públicas, do que às privadas, Portanto, se entre os objectivos da auditoria se encontra a verificação dos aspectos legais, estamos perante uma modalidade de auditoria conhecida como do cumprimento (COSTA MARQUES, 2002).
Todavia, nos dias que correm, novas formas de gestão vão sendo adoptadas - a Nova Gestão Pública [New Public Management (NPM)] - pelo que a relevância e a transparência da informação são cruciais, assim como o controlo. O cidadão adquire um novo papel e torna-se elemento fundamental para a gestão pública, pois é a ele que a informação se dirige.
Sem dúvida que a contabilidade pública é uma peça essencial do processo de reformas que vêm sendo feitas no sector público, mas existem dificuldade de pôr em prática, de forma imediata, as reformas entretanto operadas nesta área, dificuldades essas que têm diversas justificações, as quais resultam, em grande parte, de se procurar obter uma prestação de contas por objectivos.
Daí que se torne cada vez mais imperioso reforçar a prática regular da auditoria pública, e que essa atinja novos alcances que possam aferir da correcta aplicação dos fundos públicos, numa perspectiva de controlo de gestão da entidade, para no futuro poder caminhar-se para auditorias de avaliação da qualidade dos serviços prestados, como de resto sucedeu na Nova Zelândia, país pioneiro em matéria de auditoria pública. (TORRES, 2002).
Enquanto nas empresas é a situação económico-financeira o alvo de maior interesse, nas administrações públicas o que releva é a verificação da boa gestão financeira e dos recursos da entidade. Uma vez que ao Estado são atribuídas características específicas, distintas do sector empresarial, como seja a inexistência de um mercado competitivo, complexidade e lentidão na tomada de decisões, forte reacção à mudança e dificuldade em avaliar os outputs, é premente a realização de auditorias. Ainda que cada vez mais se avance neste campo, o processo não se encontra generalizado, o que a nosso ver constitui um desafio cada vez maior aos governos dos países CARRERAS, & ROJAS, 2002).
Auditoria de regularidade constitui a maioria das auditorias que se efectuam no sector público, porquanto se inclui numa mesma auditoria, a auditoria financeira e a auditoria do cumprimento.

2.2.3. Princípios e Normas de Auditoria no Sector Público

PINA & TORRES (2001) referem que as dificuldades em se estabelecerem normas técnicas de auditoria que garantissem a qualidade do trabalho, deram lugar à consideração de uns princípios e procedimentos básicos do trabalho de auditoria, de aceitação geral para toda a profissão, que viriam a ser designadas por normas de auditoria geralmente aceites.
Nesse campo, foi notável o empenho da INTOSAI que elaborou Normas de Fiscalização ou Auditoria de aplicação pelas Entidades Fiscalizadoras Superiores, de carácter orientativo.
Sobre as características profissionais do auditor as normas destacam aspectos como a sua formação técnica, a sua independência e a sua adequada responsabilidade profissional, Em Espanha, os "Princípios e Normas de Auditoria do Sector Público" exigem do auditor as seguintes características: formação técnica e capacidade profissional; independência; diligência profissional; responsabilidade e segredo profissional, Em Portugal, o TC nos "Princípios aplicáveis aos auditores" incluem a independência, a competência e a diligência, em cujo âmbito se incluem as características exigidas pelas normas espanholas (TC, 1999:30).
A auditoria interna é realizada obedecendo alguns princípios e normas, neste caso que o auditor deve seguir, onde são características profissionais que ele deve apresentar, sendo que esses princípios não devem ser violados, com vista, a manter a integridade dos auditados. No entanto dizer que os princípios e normas de auditoria são as principais características profissionais do auditor.
Sendo recomendável e conveniente que os auditores executem todos os trabalhos relacionados a um serviço na própria área auditada, enquanto lá permanecer, o servidor submete-se às normas disciplinares e ao horário vigente da área.

2.2.4. Comparação da auditoria interna do sector público e privado

De acordo com REZENDE, (2018: 13), “Os auditores internos privados em geral possuem um vínculo empregatício contratual com as empresas em que participam, sendo considerados funcionários destas. Eles, portanto, estão submetidos a regras que são desenvolvidas dentro da própria entidade”.
No sector público, de maneira semelhante, o cargo de auditor interno é normalmente repassado a algum servidor que pode possuir ou não esta denominação, enquanto as regras, no entanto, são definidas por normativos que são emanados pelos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo (REZENDE, 2018: 13).
Não obstante a similaridade apontada dentro do vínculo trabalhista dos profissionais de auditoria interna e privada cabe ressaltar que a representação de seus cargos possui formas distintas. Enquanto o vínculo privado, normalmente celebrado por meio da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), possui um viés extremamente voltado à geração de lucro e continuidade da entidade, o servidor público é empossado como um executor da vontade pública que flui através do povo e de seus representantes democraticamente eleitos (REZENDE, 2018).
Analisando mais profundamente estes aspectos, lembra-se que a Administração Pública, em que pese à evolução pelo qual vem passando nos últimos anos, segue o princípio da legalidade. Este princípio é comumente definido na clássica lição de Hely Lopes Meirelles (2005):
“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza”.
Esta conceituação, todavia, também tem passado por mudanças junto com o desenvolvimento geral das teorias que estudam a Administração Pública. Assim, vale ressaltar o exposto por ALVES (2012:46):
Por certo, o chavão “Administração só faz o que está previsto em lei”, conhecido por várias gerações do Direito, sob este novo prisma, do Direito Administrativo Contemporâneo, seria colocado em dúvida, uma vez que, nem sempre a Administração poderá fazer o que a lei, isoladamente, determinar, diante da iminência de infracção aos demais princípios, assim como, nem sempre, poderá deixar de fazer alguma coisa apenas por não existir previsão ou autorização legal.
Esta forma de trabalhar preconizada na administração de gerência, que visa, sobretudo, uma melhoria na eficiência na prestação dos serviços, vem de certa forma se assemelhar mais ao padrão encontrado na iniciativa privada.
De toda forma, apesar do processo de assemelhação, o princípio da legalidade permanece sendo um grande factor de distingue entre a actividade de Auditoria Interna Privada e Pública.
Enquanto as empresas privadas normalmente buscam profissionais que tenham experiência anterior e normalmente formação em área da contabilidade, no sector público, por outro lado, os auditores podem ser servidores que prestaram concurso específico para os cargos de auditoria ou, como acontece mais comummente nas áreas de auditoria interna, qualquer servidor da área administrativa que possa ser alocado.



CAPÍTULO III: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo traz, acerca dos caminhos que foram usados para a recolha dos dados relacionados com o tema em análise. Na visão de BELLO (2004:10), “metodologia é a explicação do tipo de pesquisa, do instrumento utilizado (questionário, entrevista), do tempo previsto do pesquisador e da divisão do trabalho, das formas de tubulação e tratamentos dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou no trabalho da pesquisa”.

A pesquisa é do tipo qualitativa, pois Segundo SILVA & MINESES (2001:20), pesquisa qualitativa é;
Aquela que considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição dos significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa e não requer métodos e técnicas estatísticas.
O estudo procurou interpretar fenómenos relacionados com a importância da auditoria interna nas instituições públicas, onde buscar-se-á perceber da eficiência do desempenho dos serviços de auditoria interna nas instituições públicas e perceber como a auditoria interna pode contribuir para o processo decisórios.

3.2. Métodos Usados

Quanto aos métodos, a autora privilegiou o método de abordagem e os métodos de procedimento:


Para a realização do presente estudo recorreu-se método de abordagem indutivo onde os dados colectados na Direcção Província da Juventude e Desporto do Niassa, será possível perceber o papel da auditoria interna em diversas instituições públicas do país todo. “É um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida fias partes examinadas”, MARCONI & LAKATOS (2006:86).

Quanto aos procedimentos o presente estudo privilegiou os métodos bibliográfico, e descritivo respectivamente. Onde:
a)    Bibliográfico é o método consiste na leitura de várias obras, teses e outros documentos impressos e electrónico que abordam conteúdos relacionados com auditoria interna, e outros aspectos relacionados com o tema em estudo, informação essa que depois da seleccionada estará fundamentada na revisão literária; e
b)    Descritivo consistiu no levantamento dados qualitativos (análises em profundidade, obtendo-se até as percepções dos elementos investigados) realizando um estudo detalhado, com colecta de dados.


3.3. Técnicas de Recolha de dados
Para o presente estudo, a autora privilegiou as técnicas de entrevista e de observação directa.
a)      Entrevista
Segundo MARCONI & LAKATOS (2006:197), a entrevista “é um processo utilizado na investigação social, para a colecta de dados ou para ajudar no diagnostico ou no tratamento de um problema social”. Contudo aplicou-se a entrevista a toda a amostra, que será constituída pelos funcionários da Direcção Provincial da Juventude e Desporto do Niassa.
A opção pela realização de entrevistas deve-se pela flexibilidade da técnica, que permitiu a entrevistadora colocar perguntas, formular de maneira diferente e especificar significados, atendendo às necessidades de estudos qualitativos. No entanto para esta técnica a autora elaborou um roteiro de entrevista que aplicou aos funcionários dos envolvidos na amostra da pesquisa.
b)      Observação Directa
De acordo com AZEVEDO et al (s/d:29), “observação é a técnica por excelência para estudar fenómenos através das manifestações comportamentais”. O uso desta técnica constituirá na deslocação da autora ao terreno com vista a viver in loco os problemas da população de modo a permitir propor medidas para solucionar os respectivos problemas.
c)      Documental
Segundo MARCONI & LAKATOS (2006:176), “a característica da pesquisa é que a fonte de colecta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias. Estas podem ser feitas no momento em que o facto ou fenómeno ocorre, o depois”. Com esta técnica para pesquisadora foi útil por que buscou a análise documental, onde teve como fonte os relatórios das auditorias realizadas na instituição.

a)      Universo
Segundo GIL (1989:91), universo ou população “é um conjunto definido de elementos que possuem determinadas características”.
Para a presente pesquisa constitui como população todos os trabalhadores da Direcção Provincial da Juventude e desporto da Província do Niassa, que é constituída por trinta e sete (37) funcionário (RELATÓRIO, DPJD, 2018).
No entanto, para a pesquisa foram envolvidos os funcionários das áreas das finanças, recursos humanos e administrativa, sendo que são os alvos da auditoria interna.
b)     Amostra
Segundo MARCONI & LAKATOS (2006:226), “é ser uma porção ou parcela, convenientemente seleccionada do universo (população); é um subconjunto do universo”.
Representando os 10% do universo foi escolhida a amostra probabilística de quatro (4) funcionários da Direcção Provincial da Juventude e Desporto do Niassa.

3.5. Descrição da Área de Estudo

A Direcção Provincial da Juventude e Desportos do Niassa localiza-se na cidade de Lichinga, na Avenida do Trabalho. E Administrativamente, a cidade de Lichinga é um município, com um governo local eleito, uma área de 280 km² e uma população de 142 253 habitantes em 2007 (Lei nº 26/2013).






CAPITULO IV: APRESENTAÇÃO, ANALISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Pretende-se com este capítulo apresentar com precisão os dados colectados nas entrevistas com os funcionários da Direcção Provincial da Juventude e Desportos do Niassa, relacionados com o tema “auditoria interna nas instituições públicas”, depois da apresentação dos dados segue-se a analisar dos mesmos que é feia através de algumas visões de diversos autores acerca do tema em estudo e por fim a autora faz a interpretação de forma sucinta os mesmos.

4.1. Auditoria interna na percepção dos funcionários

Com vista a colectar a percepção dos técnicos envolvidos na entrevista desenvolvida na Direcção Provincial da Juventude e Desportos (DPJD), acerca do conceito da auditoria interna foi feita a seguinte questão: O que é auditoria interna?
Onde desta pergunta dois funcionários responderam que “é o plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas, adoptados pela instituição, para proteger seu património, verificar a exactidão e os resultados da contabilidade, promovendo a eficiência operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração”. Um “é quando a instituição faz a auditoria nela mesma”. Enquanto o ultimo um funcionário fez perceber que auditoria interna é quando “auditoria organizada pela própria instituição”.
No que tange a auditoria interna, os funcionários da Direcção Província da Juventude e Desportos, trazem um conceito directo e simples, não saído do contexto dos diversos autores que tocam sobre o mesmo aspecto, tendo como exemplo o autor Crepaldi (2010) que diz;
“[...] são o conjunto de investigações técnicas que permitem ao auditor formar opinião sobre as demonstrações da contabilidade examinadas e que lhe forneçam base para emitir seu parecer fundamentado” (CREPALDI, 2010:150).
De constatar que no conceito do entrevistado encontramos uma particularidade, quando focalizam no lugar onde a AI é realizada. Pois que a auditoria interna realmente é realizada ou organizada pela própria instituição, sendo ela feita pelos auditores da instituição, mas também pode buscar o auxílio dos especialistas provenientes de fora caso haja défice do profissional de uma área que se pretenda auditar.

4.2. Auditoria interna na DPJD

Depois de perceber do que é auditoria interna a partir dos funcionários, deu origem a seguinte questão: Na tua instituição faz-se a auditoria interna? Onde num total de quatro (4) entrevistados, representado o número total da amostra responderam que “sim”.
Desta resposta originou-se outra pergunta a ser feita aos funcionários, que é: Quem faz a auditoria interna na instituição?
Onde três entrevistados responderam que é feita por “um técnico ou auditor desta instituição, mas acompanhado por especialista que vem fora da instituição”, e um respondeu que “dentro da instituição não tem especialista em auditoria interna, razão pela qual que tem vindo das instituições de tutela, como é o caso dos colegas do ministério”. (vede o gráfico 1).

Gráfico 1: Auditoria interna na DPJD
Fonte: Autora (2019)

O gráfico evidencia que a auditoria interna é realizada pelos técnicos daquela instituição, representando 75% dos entrevistados, mas também um ponto não menos importante que é representado por 25% que fizeram entender que aquele procedimento é realizado por técnicos ou auditores que são provenientes das instituições de tutela da DPJD, mas que são do sector público.

4.3. Fase preparatória da auditoria interna

Para perceber as fazes que antecedem o processo da auditoria interna, foi questionado aos funcionários da DPJD o seguinte: Quais as fazes preparatórias de uma auditoria interna?
Desta pergunta percebemos de dois funcionários que, “antes da realização da auditoria primeiro precisa planeamento, onde o desta forma permite, elaborar um roteiro de como ir-se-á trabalhar, estratificando as áreas por auditar, de acordo com a sua relevância, assim como a dimensão, de seguida é a fase de preparação da auditoria, dai seguem as fazes subsequentes que culminam na conclusão da auditoria, onde as informações da auditoria através de um relatório”. E dois entrevistados revelou que “antes da realização da auditoria interna, emite-se uma aviso aos auditados para que possam se organizar e disponibilizar as informações necessárias para se levar a cabo os trabalhos de auditoria”.
De acordo MORAIS & MARTINS, (2003:91), “o plano de auditoria não é padrão, pelo facto de que cada empresa tem a sua estrutura, dimensão ou tipos de direcção”.
Como toda actividade precisa de preparação, assim também a processo da AI, compreende etapas preparatórias, onde é elaborado um plano, de implementação da auditoria, de salientar como destaca os autores acima citados, que o plano vária de cada empresa, sendo que não existe um padrão.

4.4. Áreas auditadas e épocas da auditoria interna
Dos nossos entrevistados, percebemos que as áreas que têm sido auditadas são:
ü  Área financeira,
ü  Recursos humanos; e
ü  Administrativa.
Depois de saber das áreas que têm sido auditadas, procuramos saber dos entrevistados: Quantas vezes ao ano são feitas a Auditoria Interna?
Onde as respostas variaram de uma a mais de duas. Dos entrevistados que responderam uma, revelou que tem sido uma auditoria que geralmente é realizada no final de cada ano. Enquanto os que responderam duas, disseram que “a auditoria interna é realizada no final de cada semestre”. Enquanto o ultimo entrevistado, não soube especificar épocas do ano que tem sido realizada a auditoria interna (Vede o gráfico 2).

Gráfico 2: Vezes ao ano que é realizada auditoria interna
Fonte: Autora (2019)
O gráfico 2, deixa claro que quando se trata das vezes que a instituição passa por auditorias há divergências, mas de constar que o maior número de entrevistados sobre caia para os que acreditam que a auditoria interna é realizada duas vezes por ano. Quando se trata da AI é de considerar que não existe uma regra padrão das vezes que por ano ela deve ser realizada, visto que, depende da dimensão da organização, em que, pode ser realizada trimestralmente, semestralmente ou anualmente.

4.5. Objectivo da auditoria interna na instituição pública

Para perceber a finalidade da auditoria interna foi feita a seguinte questão aos funcionários da DPJD do Niassa: Qual é o objectivo da auditoria interna?
Desta pergunta, um funcionário revelou que tem objectivo de “análise das demonstrações financeiras de forma a permitir ao auditor a emissão de um parecer sobre a sua credibilidade e fiabilidade”. Outros dois responderam que tem por objectivo de “formular uma opinião sobre as contas e as demonstrações financeiras da instituição, tendo por finalidade comprovar se as mesmas estão em conformidade com os princípios, regras e critérios contabilísticos, a legislação e as normas existentes”. Enquanto outro um funcionário respondeu que auditoria interna objectiva, “assessorar a administração no desempenho eficiente de suas funções, fornecendo-lhe análises, avaliações, recomendações e comentários sobre as actividades auditadas”.
Para CREPALDI (2000:212) os objectivos da auditoria interna são exactamente: “Verificar se as normas internas estão sendo seguidas; avaliar a necessidade de novas normas internas ou notificações das já existentes”.
De salientar que os objectivos da auditoria interna levantados, pelos funcionários da DPJD do Niassa são confirmados pelos que o autor supra citado apresenta.

4.6. Mudanças na instituição, após a implementação da auditoria internam

Para perceber das mudanças ocorridas após a realização da auditoria interna na instituição em estudo, foi feita a seguinte questão aos entrevistados: Que mudanças se verificaram após a implementação da auditoria interna?
Onde tivemos divergências nas respostas dos quatro entrevistados, sendo que um respondeu que trouxe “exactidão e bons resultados nas demonstrações financeiras, poucas possibilidades de práticas de fraude”. Um funcionário revelou que, “sempre que está actividade decorre, houve recomendações que culminaram com a melhoria na prestação de serviços do cumprimento das recomendações deixadas”. O terceiro entrevistado deu a perceber que esta actividade ajuda na “transparência na implementação dos procedimentos administrativos e implementação rigorosa das normas e regulamentos do sistema de administração financeira”. E finalmente o quarto respondeu que a auditoria interna  trouxe a “melhor fiscalização da eficiência de controlo, dificultar desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas, mas também contribui para a melhor observância das leis fiscais e para obtenção de melhores informações”.
A auditoria interna deve trazer mudanças dentro da organização auditada, visto que, o auditor depois de realizar os trabalhos faz algumas recomendações, tomando em conta com as falhas detectadas, com tudo, os auditados não devem continuar a cometer os mesmos erros.

4.7. Importância das recomendações da auditoria interna

Da pergunta: Qual o grau de importância das recomendações da auditoria interna na instituição?
Houveram variadas respostas no que diz respeito da importância da auditoria interna, tendo em consideração das recomendações deixadas pelo auditor.
Onde um funcionário respondeu que a auditoria interna “ajuda significativamente para a implantação de um bom sistema de controlo interno, não evitando fraudes e identificando os actos já consumados, mas principalmente evitando condições ambientais favoráveis para a prática desses delitos”. Ultimo um revelou que a auditoria interna “é importante porque ajuda na identificação dos problemas financeiros, assim como de mau uso do património do estado”. Enquanto os últimos dois entrevistados responderam que “a auditoria interna desempenha um papel crucial na prevenção da fraude e da corrupção na instituição”.
MORAIS & MARTINS (2003:63) definem as funções da auditoria interna tais como, “avaliar a qualidade e eficácia do trabalho desenvolvido pelos trabalhadores; e recomendar melhorias no sistema”.
Na verdade a AI é muito importante para qualquer organização, seja ela pública ou privada, pois que ela desempenha um papel fundamental para o combate a corrupção, desvio de aplicação dos fundos. Tendo em conta que nos últimos anos á muito controlo do fundo do estado, mas também o factor corrupção está crescendo cada vez mais, apesar de existirem campanhas de combate a este fenómeno, a auditoria é fundamental.

4.8. Constrangimentos encontrados na implementação da auditoria interna

Como qualquer outra actividade quando é pela primeira vez enfrenta diversas dificuldades, crendo-se que o na auditoria: Que constrangimentos foram encontradas na implementação da auditoria interna?
Onde dois entrevistados responderam que há “falta de técnicos formados na área de auditoria”. Um funcionário revelou que há “falta de comunicação entre o pessoal auditor com os sectores a serem auditados”. E ultimo um funcionário respondeu que a “auditoria apenas aponta a condição representada no momento de auditoria, ela não determina o sucesso da instituição”.
É importante que o auditor revele todos os dados da auditoria, sejam eles positivos ou negativos, para que os auditados saibam o que devem melhorar, e também a comunicação é fundamental nesta actividade, evitando surpresas aos auditados.

4.9. Recomendações feitas pelo auditor para a instituição

Com vista a perceber dos dados levantados pelo auditor no acto da realização da auditoria interna, foi feita a seguinte questão: Quais foram recomendações feitas pelo auditor interno para a instituição?
Onde dois funcionários responderam que recomendaram a “dar todas informações necessárias que forem solicitadas pelos auditores e respeitar as opiniões”. Um entrevistado respondeu que a recomendação dada foi, “que se cumpram todas recomendações ou constatações feitas e haja melhoria no desempenho”. Enquanto o ultimo um respondeu que “não se recorda”.

4.10. Medidas de melhoria da AI nas instituições públicas

Os funcionários da DPJD do Niassa, levantaram algumas observações no que diz respeito a ao melhoramento do processo da auditoria nos próximos procedimentos:
ü  É importante ter um departamento de auditoria nas instituições porque ajuda uma gestão eficiente da administração financeira e patrimonial;
ü  É importante que todas instituições do estado tenham um sector que possa responder pela auditoria interna, porque pode ajudar a ter um desempenho eficiente na administração interna;
ü  Realçar que a auditoria interna é de grande relevância na instituição pública, visto que, ela auxilia ou faz acompanhamento das actividades realizadas dentro da instituição e ela incide sobre todas as funções da instituição.
COSTA MARQUES, (2002), salienta que, “auditoria do cumprimento da legalidade tem a ver com a importância dada ao cumprimento das normas legais no âmbito do sector público, O seu não cumprimento acarreta maiores consequências às organizações públicas, do que às privadas”.
Falar de auditoria interna no sector público em Moçambique é um tema pouco discutido, razão pela qual é pouco conhecido, mas importa fazer menção que os envolvidos nesta pesquisa, tem em mente a necessidade de haver a AI nas instituições públicas, pois que na verdade tem um papel muito relevante pois que ajuda na gestão das finanças, assim como ajuda na eficiência do desempenho da administração interna.




CAPITULO V: CONCLUSÃO E SUGESTÕES

Este é o último capítulo/última parte do trabalho, na qual são apresentados os aspectos constatados e são sugestoes de algumas medidas para impulsionar maior eficiencia do processo de auditoria interna.

5.1. Conclusão

Após a constatação de diversos aspectos relacionados a auditoria interna nas instituições públicas chegou-se a seguintes conclusões:
Os funcionários da DPJD do Niassa, percebem a AI como um plano de organização e o conjunto coordenado dos métodos e medidas, adoptados pela instituição, para proteger seu património, verificar a exactidão e os resultados da contabilidade, promovendo a eficiência operacional e encorajar a adesão à política traçada pela administração, onde é organizada pela própria instituição. O processo preparatório da AI na DPJD do Niassa, consiste numa primeira fase no planeamento, onde o desta forma permite, elaborar um roteiro de como ir-se-á trabalhar, estratificando as áreas por auditar, de acordo com a sua relevância, assim como a dimensão, de seguida é a fase de preparação da auditoria, dai seguem as fazes subsequentes que culminam na conclusão da auditoria, onde as informações da auditoria através de um relatório. Mas também em outras ocasiões antes da realização da auditoria interna, emite-se um aviso aos auditados para que possam se organizar e disponibilizar as informações necessárias para se levar a cabo os trabalhos de auditoria.
Quanto a vez por ano que a instituição passa por uma auditoria notou-se divergência nas respostas dos entrevistados, onde notou-se que varia de uma a mais de duas auditorias, sendo que um funcionário revelou que realiza-se uma vez, outro um mais de duas e dois revelaram que realiza-se duas vezes. No entanto a AI tem por objectivo analisar as demonstrações financeiras de forma a permitir ao auditor a emissão de um parecer sobre a sua credibilidade e fiabilidade, mas também ajuda a formular uma opinião sobre as contas e as demonstrações financeiras da instituição, tendo por finalidade comprovar se as mesmas estão em conformidade com os princípios, regras e critérios contabilísticos, a legislação e as normas existentes, e permite, assessorar a administração no desempenho eficiente de suas funções, fornecendo-lhe análises, avaliações, recomendações e comentários sobre as actividades auditadas.
Para que no sector público em Moçambique a AI seja mais eficiente é importante ter um departamento de auditoria nas instituições porque ajuda uma gestão eficiente da administração financeira e patrimonial. Mas também é importante que todas instituições do estado tenham um sector que possa responder pela auditoria interna, porque pode ajudar a ter um desempenho eficiente na administração interna.

 

 

 

 

 

 

 




 

 



 




5.2. Sugestões

Após a realização do estudo na Direcção Provincial da Juventude e Desportos do Niassa, relacionado ao tema da pesquisa, chega-se a seguintes sugestões:
i.                    A Direcção Provincial da Juventude e Desportos
ü  Mais disponibilidade em contribuir para o desenvolvimento de estudos científicos, caso algum estudante queira desenvolver um estudo na instituição;
ü  Que a AI seja vista como pacote integrante no processo de tomada de decisões internas.

ii.                  Aos auditados
ü  Cumprirem com as exigências dos auditores no momento da realização da auditoria interna;
ü  Acatarem com as recomendações feitas pelos auditores depôs da auditoria.

iii.                Aos auditores
ü  Ter mais rigor a um pente fino no momento da realização da auditoria, evitando a omissão de falhas e fraudes;
ü  Negar subornos com vista, a ocultar desvios de fundo;
ü  Realizar a auditoria seguindo as normas que regem aquela actividade.

iv.                A camada académica
ü  Desenvolverem mais estudos relacionados a auditoria nas instituições públicas em Moçambique.

v.                  À sociedade em geral
ü  Se informar mais acerca das formas que a auditoria interna nas instituições pública são realizadas.




Bibliografia

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ALVES, Felipe Dalenogare. Discricionariedade administrativa, conceitos jurídicos indeterminados e a possibilidade de controle jurisdicional. 1ª. Ed. São Paulo: Perse, 2012.
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BELLO, José Luís de Paiva. Metodologia Cientifica, Rio de Janeiro. 2004
CARRERAS, Juan A. & ROJAS, Antonio Jose. El papel de la auditoria forense en el saneamiento de las funciones gubernamentales. X congreso venezolano de contaduría pública. Nuevas tendencias mundiales que modernizan ía profesión, 2002.        
COSTA MARQUES, M.C. A Prestação de Contas no Sector Público. Dislivro, 2002.         
COSTA MARQUES, M.C. O controlo económico-financeiro no Sector Público - especial referência às universidades. Revista FISCO, nºs 90/91, ano XI, Setembro, 2000.   
CREPALDI, Sílvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática 2ª ed. Atlas S.A. 2000.
Decreto-Lei n.º 166/98, de 25 de junho. Sistema de Controlo Interno da Administração Financeira do Estado.
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DIRECÇÃO PROVINCIAL DA JUVENTUDE E DESPORTOS DO NIASSA. Relatório da Repartição dos Recursos Humanos, 2018.
GIL, António Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 2.ed. São Paulo, Atlas, 1989.
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LINS, L. S. Auditoria: uma abordagem prática com ênfase na auditoria externa. São Paulo: Atlas, 2011.
MARCONI, Mariana de Andrade & LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 6aed. Editora Atlas. São Paulo. 2006.
MARQUES, Madeira. Auditoria e Gestão, 1ª ed. Lisboa: Editora Presença. 1997.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 30ª. Ed. São Paulo: Malheiros, 2005.
MORAIS, Georgina & MARTINS, Isabel; Auditoria Interna: Função e Processo 2ª ed. Lisboa: Áreas Editora. 2003.
MORAIS, Georgina; MARTINS, Isabel – Auditoria Interna: Função e Processo. 4ª Edição; Áreas Editora, 2013.
MORENO, Carlos – Finanças públicas: Gestão, Controlo e Auditoria dos Dinheiros Públicos. 3.º Edição, Lisboa: Universidade Autónoma de Lisboa, 2006.
PINA, V. & TORRES, L. Disponível em: <www.ciberconta.unizar.es>, 2001.
RAMOS, Joaquim. Português Institucional e Comunitário. Universidade Carlos IV, Praga, 2010
REZENDE, Philipe da Silva Pires. Auditoria Interna Pública e Privada: Um Exame Comparativo. Monografia apresentada à Faculdade UnYLeYa como exigência parcial à obtenção do título de Especialista em Auditoria em Organizações do Setor Público, Brasília, 2018.
RIBEIRO, Ana Carolina dos Santos. O Papel Da Auditoria Interna Nas Instituições Públicas De Ensino Superior Em Portugal Continental – Universidades e Politécnicos. Dissertação submetida ao Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção de grau de Mestre em Auditoria. Lisboa, Fevereiro de 2016.
SAMPIERI, R. H. & COLLADO, C.H. Metodologia de Pesquisa. 3ª ed. McGraw-Hill Editora. São Paulo. 2006.
TORRES, Lourdes. La Auditoria operativa un instrumento para la mejora de la nueva gestión pública. Revista AECA, nº 61, Set./Dez., 2002.         
TRIBUNAL DE CONTAS (TC). Manual de Auditoria e de Procedimentos, vol. I e II. Ed., Tribunal de Contas, 1999.      







 

 

Apêndice













ROTEIRO DE ENTREVISTA

QUESTIONÁRIO para aferira acerca do “Auditoria Interna nas Instituições Publicas”, no intervalo temporal de (2015-2019). Tema este desenvolvido para aquisição do grau de Licenciatura em Contabilidade e Auditoria, pela Universidade Pedagógica, Delegação do Niassa.

Nome do Funcionário_____________________________
Cargo que Ocupa________________________________
Anos de Serviços________________________________

1.      O que é auditoria interna?
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
2.      Na tua instituição faz-se a auditoria interna?
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
3.      Quanta vez ao ano é feita a Auditoria Interna?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
4.      Que mudanças verificaram após a implementação da auditoria interna?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
5.      Quais as fazes preparatórias de uma auditoria interna?
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6.      Qual é a percepção que os colaboradores da instituição têm da auditoria interna?


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7.      Qual o grau de importância das recomendações da auditoria interna?
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8.      Que constrangimentos foram encontradas na implementação da auditoria interna?
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9.      Quais são as recomendações feitas pelo departamento de auditoria interna para a instituição?
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Obrigado!






 

Anexos